quinta-feira, 30 de novembro de 2017




QUEM ENSINA APRENDE E QUEM APRENDE ENSINA









       “Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa.” (Paulo Freire – Pedagogia do Oprimido)

                O diálogo se propaga pela palavra e pela ação.  Por isso, a verdade tem que está em movimento nestes dois momentos de construção da educação, tanto do aluno quanto do professor. É isso que dá sentido ao mundo em que os homens vivem e se relacionam.
O diálogo entre educador-educando começa em seu planejamento  do conteúdo programático, quando questiona o que vai refletir com seus alunos. Mas esse conteúdo não pode estar dissociado do cotidiano dos alunos. Ele tem que ter uma relação com o que eles vivem no mundo atual. Tem que haver uma conexão real. 
Ensinar e aprender são uma constante busca, contudo Paulo Freire aconselha para que o homem não se torne um mero objeto de investigação, neste processo, e que não se perca a essência do ser humano.
Quando foi oferecida uma oficina aos pais dos alunos da turma A15[1] sobre material dourado, o ponto pedagógico oferecido era de proporcionar aos alunos um momento em que eles seriam os educadores e seus pais educandos. No desenvolver da oficina foi essencial observar que aquele aluno tímido ou inseguro conseguiu explicar para um adulto como usar e representar uma conta com o material dourado. Mas o importante foi poder ver o quanto os pais ficaram impressionados com a capacidade explicativa de seus filhos.
Nesse dia a sala de aula transformou-se em vinte salas de aulas onde cada aluno/educador tinha como competência ensinar ao seu pai/educando.

Referência:
FREIRE, Paulo – Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra. Pp.57-76. 1996. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2722061/mod_resource/content/2/Texto6-Freire-1parte.pdf


[1] A15 – Nomenclatura usada para definir o primeiro ano do Ensino Fundamental.

sábado, 11 de novembro de 2017

No dia 10 de novembro foi realizada na sala de aula da turma A15 uma oficina sobre Material Dourado para os pais dos alunos. Nesse dia os alunos foram mestres e seus pais alunos.
E outubro, quando o material dourado foi apresentado aos alunos, mas antes pesquisei diversos materiais na internet sobre histórias que poderiam por meio do lúdico ensinar aos alunos o conceito de dezena, pois o conceito de unidade já estava trabalhando desde o inicio do ano.
O processo de alfabetização em Matemática é tarefa das series iniciais quando o aluno tem seus primeiros contatos com a Matemática escolarizada e deve ser um processo essencial a alfabetização na língua natural, afinal, tanto uma, quanto a outra são ferramentas fundamentais para a compreensão da realidade.
No livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro” de Edgar Morin, o autor coloca que na busca de conhecimentos que possibilitam eliminar o risco do erro, que se poderia considerar a repressão de manifestações de afetividade, mas chega-se à conclusão de que a afetividade pode fortalecer o conhecimento. Embora o desenvolvimento do conhecimento científico seja necessário para detectar os erros e as ilusões, é de fundamental importância reconhecer e eliminar as ilusões que advêm das teorias científicas. A educação precisa ensinar, no processo ensino-aprendizagem, a condição humana com base na razão, sem esquecer a afetividade, na emoção.

Fundamentada, nesse autor coloco que encontrei, durante minha pesquisa na internet, uma história muito prática e lúdica para explicar conceitos abstratos usando um material concreto. A história era: “A árvore do conhecimento” disponível em: https://pt.slideshare.net/macaquinhos/casa-das-unidades-e-dezenas





Durante os dias que anteciparam a oficina, os alunos trabalharam usando o material dourado em quatro etapas:
1.     Na primeira etapa, os alunos foram divididos em dois grandes grupos. Cada grupo recebeu material dourado e conversamos sobre o que cada uma das partes representava e valia;
2.     Na segunda etapa, os alunos foram separados em grupos de quatro onde os alunos deveriam usar o material dourado. Nesses pequenos grupos os alunos foram incentivados a explicar para os outros componentes do grupo como usar o material dourado e como fazer a representação;
3.     Na última etapa, os alunos em dupla e usando o material dourado representaram vários números e contas de adição com transporte. Após essa etapa marcamos o dia para os pais virem na sala e eles poderem explicar o que é e como usamos o material dourado.

Chegou o dia da Oficina do Material Dourado.
   Faltaram quatro pais, mas os alunos adotaram os pais de seus colegas que vieram em par. Foi muito interessante observar as expressões dos pais na realização da oficina e o mais importante os alunos sentiram-se muito a responsabilidade de ensinar outra pessoa.







Referência:
MORIN, Edgar. As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão. In: Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 5 ed. São Paulo: Cortez; Brasília: DF; UNESCO, 2002, p. 18-27. Disponível em:


sábado, 4 de novembro de 2017

   Durante o mês de outubro realizamos várias atividades referentes ao mês das crianças.  Algumas atividades foram postadas nesse blog e outras não por terem complementado as atividades em comemoração as crianças.
          Segundo Neto e Silva (2007) a palavra infância vem de En-fant que significa "aquele que não fala", isso podemos ver refletido sobre o processo de construção da infância na sociedade, onde observamos figura da criança como aquele que não tem capacidade de ser, estar e atuar por ser criança, ou seja, vista apenas como um ser moldado pelo adulto ou como um indivíduo sem valor, sem um espaço na sociedade, e isso decorre desde a sociedade medieval até tempos atrás, onde começa a mudar tais concepções e passa-se a ver a criança como um indivíduo pertencente ao meio social com sua cultura e seu modo de entender o mundo.
      Com o surgimento da televisão, temas ou assuntos antes guardados cuidadosamente pelos adultos, agora são apresentados para as crianças despudoramente. Uma vez que a informação torna-se incontrolável, família e escola perdem sua função de reguladores do desenvolvimento da criança que passa a conviver mais com a violência, ao sexo, às doenças, à morte, ao homossexualismo, ao consumismo, entre outros. Devido a esse novo acontecimento, as crianças tornaram-se semelhantes aos adultos.
              O autor Postman (1999) divide as etapas da vida em três fases, a saber: recém-nascidos, adulto - criança e senis. Assim, há uma fusão entre as etapas da infância e fase adulta, já que não há mais diferenciação entre as duas etapas.
Postman considera que se não há um conceito claro do que significa ser adulto, não tem como ser possível haver um conceito do que seja ser criança.
         Nos tempos atuais, a criança acaba perdendo sua infância, pois, cada vez mais cedo manuseia celulares, videogames, computadores, trocando as brincadeiras de rua pelo sedentarismo em frente à televisão, tornando-se, muitas vezes, obesa, deprimida, e até mesmo agressivaHoje a criança antecipa sua vida adulta cheia de responsabilidades, pois desde cedo está repleta de compromissos como, por exemplo, aulas de inglês, balé, violão, natação, assim com tantas atividades não lhe sobra tempo para as brincadeiras comuns da infância, como pular amarelinha, soltar pipa, pega-pega, pular corda, etc.
        Assim, o que fazer para que a criança de hoje não perca a sua infância? O importante é que família e escola incentivem a criança a buscar brincadeiras, jogos, atividades onde possa simplesmente ser criança. Respeitar sabendo que a fase da infância é muito importante para dar suporte a nova etapa do desenvolvimento.
           Considerando a infância, organizei para o mês de outubro um planejamento onde as crianças da turma pudessem experimentar atividades prazerosas e divertidas e para isso fizemos: 

·     Piquenique na ACOPAM, Associação dos Moradores do Parque dos Maias (1),
·         Teatro da  FIERGS para  assistir a peça O circo 
     (https://mariangelamastalir.blogspot.com.br/2017/10/hoje-dia-24-de-outubro-turma-foi-ao.html),
·         Brinquedos infláveis na escola 
·         Lanche especial na ASBR
·         Cabelo maluco
·         Culinária Bolacha Assombrada (),
·         Bolo da professora Claudia (2),
·         Passeio ao Acampamento Farroupilha
·         Jogo das palavras

Fotos:
(1)  ACOPAM
                    

2   4) BOLO





Referência:

NETO, Elydio dos Santos. SILVA, Marta Regina Paulo da.  Quebrando as armadilhas da adultez: o papel da infância na formação das educadoras e educadores. UMESP: 2007. p.1. Disponível em:


POSTMAN, Neil. O desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999. Disponível em: