QUEM ENSINA APRENDE E QUEM APRENDE ENSINA
“Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa.” (Paulo Freire – Pedagogia do Oprimido)
O diálogo se propaga pela palavra e pela ação. Por isso, a verdade tem que está em movimento
nestes dois momentos de construção da educação, tanto do aluno quanto do
professor. É isso que dá sentido ao mundo em que os homens vivem e se
relacionam.
O diálogo entre educador-educando começa em seu
planejamento do conteúdo programático, quando questiona o que vai
refletir com seus alunos. Mas esse conteúdo não pode estar dissociado do
cotidiano dos alunos. Ele tem que ter uma relação com o que eles vivem no mundo
atual. Tem que haver uma conexão real.
Ensinar e aprender são uma constante busca, contudo
Paulo Freire aconselha para que o homem não se torne um mero objeto de
investigação, neste processo, e que não se perca a essência do ser humano.
Quando foi oferecida uma oficina aos pais dos alunos
da turma A15[1] sobre material dourado, o
ponto pedagógico oferecido era de proporcionar aos alunos um momento em que
eles seriam os educadores e seus pais educandos. No desenvolver da oficina foi
essencial observar que aquele aluno tímido ou inseguro conseguiu explicar para
um adulto como usar e representar uma conta com o material dourado. Mas o
importante foi poder ver o quanto os pais ficaram impressionados com a
capacidade explicativa de seus filhos.
Nesse dia a sala de aula transformou-se em
vinte salas de aulas onde cada aluno/educador tinha como competência ensinar ao
seu pai/educando.
Referência:
FREIRE, Paulo – Pedagogia do Oprimido. São Paulo:
Paz e Terra. Pp.57-76. 1996. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2722061/mod_resource/content/2/Texto6-Freire-1parte.pdf