sexta-feira, 30 de março de 2018



APRENDENDO COM AS DIFERENÇAS EM SALA DE AULA





A deficiência é um conceito em evolução, de caráter multidimensional e o envolvimento da pessoa com deficiência na vida comunitária depende de a sociedade assumir sua responsabilidade no processo de inclusão, visto que a deficiência é uma construção social. Esse novo conceito não se limita ao atributo biológico, pois se refere à interação entre a pessoa e as barreiras ou os elementos facilitadores existentes nas atitudes e na provisão de acessibilidade e de tecnologia assistiva.” (História, conceito e tipos de deficiência. Maior, Izabel, pag.02).




Será possível explicar e trabalhar um mesmo conteúdo do mesmo modo com um público tão diverso e com necessidades tão específicas?
Avalio que sim, podemos trabalhar a mesma tarefa com os alunos de uma mesma turma que tenha alunos com NEE. Incluir socialmente e pedagogicamente são ações distintas. Ao falarmos sobre as questões da educação inclusiva é preciso refletir sobre as possibilidades de a Escola incluir esses alunos dentro das suas regras de convivência e de pensar pedagogicamente ações que facilitam o momento de aprendizagem característica do momento.
Neste ano de 2018 tenho uma aluna com SD[1] e outra aluna com PC[2] que trouxeram um desequilíbrio no meu fazer pedagógico. No inicio precisei observar e fazer poucas intervenções com as alunas, pois a turma sendo o primeiro ano do Ensino Fundamental, todas as atividades era voltada para o reconhecimento e escrita do nome, jogos de integração e atividades com o alfabeto.
Quando começou um distanciamento na caminhada das alunas em relação aos colegas precisei buscar novas alternativas de intervenção que ao mesmo tempo tornasse as atividades prazerosas e lúdicas. Muita massinha para fazer minhoca, bolinha e picar com a tesoura. Um dia trouxe uma caixa com areia para que a aluna pudesse sentir quando fosse “escrevendo” seu nome, mas ela ficou com tanto nojo do contato que embora tenha tentado convence-la a continuar ela se negou a usar a areia.
Fazer bolinhas de papel e identificar a letra M como mãe e assim outras tarefas que foram auxiliando o seu desenvolvimento.


Essas crianças se sentem felizes por poderem participar da vida, conviver e brincar com outras crianças, aprenderem juntas com as demais. Isso é perfeitamente possível, desde que o professor seja orientado em sua tarefa pedagógica.
(Inclusão na sala de aula: Recursos Pedagógicos, Dinara Rossetto Padilha)


 Concordo com Dinara sobre o prazer do aluno com NEE poder identificar que sua atividade é igual ao do colega. Contudo, nem sempre é simples afinal  todos os alunos demandam atenção individualizada e trazem muitos desafios com a facilidade de que, em grande parte dos casos, são situações e problemas com os quais os professores têm maior familiaridade para lidar. Juntar a essa realidade a novas “situações-problema”, agravadas pelo fato da falta de familiarização com as situações e demandas que elas exigem, sem dúvida é motivo de inquietação para os professores. É comum vermos professores adoecendo emocionalmente e fisicamente por conta destes conflitos.






[1] SD – Síndrome de Down.
[2] PC – Paralisia Cerebral.



Referências:

vídeo Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MfeLDhy0uwQ

Maior, Izabel. História, conceito e tipos de deficiência.


segunda-feira, 19 de março de 2018




Ser iguais, mas diferentes. Como  será isso na prática?

           Esse vídeo de 2012 apresenta uma realidade muito atual alias que não sai da moda ou das pautas da sociedade exatamente por ser um tema que embora seja muito discutido e trabalhado em todas as esferas da sociedade ainda acontecem situações onde o ser diferente é visto como algo anormal. Algumas pessoas fazem questão de tentar mostrar por gestos ou palavras que para elas não existem diferenças, mas se observar de muito perto veremos que sua prática não é tão especial.
            Esse ano a turma A15[1] é composta por 22 alunos sendo desses 11 meninos e 11 meninas, dessas meninas uma aluna tem SD[2] e outra aluna tem PC[3]. A inclusão de alunos, com deficiência na escola é sem dúvidas um grande desafio que envolve pais, alunos e todos os profissionais de educação envolvidos no contexto do aluno. 
Contudo outro ponto importante que trago é a articulação entre os serviços existentes na escola, SOP, SIR e direção são importantes para darem suporte pedagógico e por que não emocional para os professores e famílias. O estudo sobre currículo adaptado as necessidades do aluno de inclusão provoca algumas inquietações e uma delas é o fato de não ter uma proposta baseada nas potencialidades e sim nas dificuldades.
Muito algum tempo fiquei sumida desse blog exatamente por precisar refletir e repensar meu fazer pedagógico.            
Trabalho há muito tempo e nesses anos sempre tive um ou até mais alunos que requeriam um olhar mais detalhado e até mesmo especial em função das suas necessidades.
A inclusão de alunos com NEE na escola é sem dúvidas um grande desafio que envolve pais, alunos e todos os profissionais de educação envolvidos no contexto do aluno. A legislação garante que as escolas aceitem qualquer aluno com NEE no ato da matrícula. Os professores enfrentam questões completamente novas em sala de aula, para atender às demandas específicas de um aluno com deficiência e ao mesmo tempo dividir a atenção com o restante da turma.
Isso é perfeitamente possível, desde que o professor seja orientado em sua tarefa pedagógica. As ações pedagógicas devem ser cuidadosamente planejadas e as atividades ajustadas e adaptadas para que atendam às necessidades específicas desses alunos. Logo, não há uma regra específica, se deve falar para os demais alunos da sala de aula se tem ou não um ou alguns alunos com deficiência. Cada situação é única. Dependendo de como o grupo classe e o professor acolher estes alunos, haverá uma estratégia diferente. O manejo precisa ser ponderado.








[1] A15 – Nomenclatura usada para denominar o primeiro ano do Ensino Fundamental.
[2] SD – Síndrome de Down.
[3] PC – Paralisia Cerebral.