REVISITANDO O BLOG Nº 07
Voltando ao ano de 2015, visitei
a postagem do dia 17 de setembro, quinta-feira, com o título: Crescer
e Perder. O teor dessa postagem era sobre o ser ou o estar triste e mostrar ou
não para as outras pessoas.
“Não
é a felicidade que me interessa. O que me interessa é a vida, é a intensidade
das experiências, boas e ruins. Se tiver que curtir uma dor porque morreu meu
pai, ou meu cachorro, ou me separei de alguém que amava, é para chorar mesmo, e
chorar é legal, faz parte de sentir a experiência.” -Contardo Calligaris
Por
que as pessoas não entendem que não há problema em se sentir triste?
Vejo
um movimento em favor da felicidade, do bem estar, de estar sorrindo o tempo
todo. Se entrarmos no face ou em outras redes sociais as pessoas postam fotos
onde elas demonstram estar muito felizes. É uma motivação nossa querer animar
quem a gente gosta quando a pessoa tá pra baixo, como se a gente achasse que
estar triste fosse algo penoso que ninguém precisa passar. Eu entendo o lado
bom e agradeço, mas me sentir triste faz parte de um processo de renovação que
as pessoas não parecem entender. A tristeza faz parte da vida como a felicidade.
Quando
a gente se sente triste, a gente mergulha mais um pouco na gente. É como se nós
tivéssemos tirado o dia pra ficar em silêncio, observar com olhos pesados às
coisas, manter o mínimo de contato possível com os universos paralelos dos
outros. É um modo de coexistir no mundo – a gente tá ali, mas não tá, tá
afundado na gente, repensando e sentindo tudo com mais intensidade. É um
processo necessário esse da tristeza: pra se livrar desse sentimento de pesar,
nós precisamos senti-lo até que ele se esgote. Sintam, chorem, botem pra fora
tudo. Já disse isso antes e repito: a gente não apaga a tristeza, não extingue
a angústia, não exila o peso pra fora da gente porque eles são sentimentos
cíclicos. Nós os drenamos, e pra isso a gente precisa sentir tudo, como se
fosse uma catarse necessária pra botar pra fora.
Toda,
ou pelo menos quase toda a gente deseja a felicidade. Para si e para os outros.
Só nos ficam bem esses sentimentos. No entanto, não podemos cair no erro de
confundir felicidade com alegria. Pode ser-se extremamente feliz estando
triste. Mais há muitas ocasiões em que nos sentimos bastante melhor conosco e
com os outros estando tristes. Por vezes muito tristes. E uma coisa é a
tristeza e outra a infelicidade ou a depressão, essas sim, a evitar a todo o
custo.
Referência:
Pelo
direito de ficar triste. Disponível em: http://www.sobreavida.com.br/2012/09/22/pelo-direito-de-ficar-triste/