terça-feira, 11 de dezembro de 2018


REVISITANDO O BLOG Nº 10

                Olhando o blog no dia 25 de dezembro de 2016 na postagem, https://mariangelamastalir.blogspot.com/2016/12/pertencimento-ao-espaco-escolar.html,  vi e li  que na época escrevia sobre o pertencimento ao espaço escolar.

Pertencer, no sentido de identificar-se com um lugar ou um espaço, conhecer suas raízes, pode conduzir em direção à liberdade, autonomia, emancipação, a um sentido ontológico frente à vida, ao entorno, às pessoas. Nesta perspectiva, a construção do sentimento de pertencimento baseia-se no princípio da responsabilidade (COUSIN, 2010).

             Esse pensamento sobre pertencimento expõe o quanto uma pessoa, que  se sente pertencente a um local ou comunidade, sente que faz parte daquele espaço e consequentemente se identifica com ele, assim vai querer o bem, vai cuidar, pois aquele ambiente faz parte da vida dela, é como se fosse uma continuação dela própria.
            No blog coloquei o quanto a escola deve ser pensada e planejada para os professores, alunos e comunidade tanto no sentido estético como no sentido cognitivo. Uma escola onde as pessoas não se sintam acariciadas e nem a vontade não trabalha o ato de pertencimento. Essa escola deve ser vista como um espaço importante para o crescimento do individuo em toda a sua essência. Talvez nem todos vão perceber o quanto eles marcam ou foram marcados pela escola, mas aqueles que puderem perceber, sempre irão sentir que esse espaço pertence a eles e que faz parte da sua história de vida.
O sentimento de pertencimento nas pessoas é algo que se encontra inerente a elas, mas que, no decorrer do tempo cada vez mais está sendo esquecido. Indaga-se o porquê de, a cada dia que se passa, esses sentimentos estarem sendo deixados de lado, e se tem sido feito algo para resgatá-los, já que eles são importantes, pois envolvem valores e atitudes das pessoas.
Na prática, quando o individuo se apropria do espaço e sente que a ele pertence observasse que há um cuidado com o patrimônio  e com a integridade física das pessoas que ocupam esse espaço.
Na minha escola com a mudança do espaço da biblioteca e com abertura do uso por parte do aluno viu-se que tudo que é exposto referente a biblioteca tornou-se respeitado pela comunidade. Os alunos agora fazem questão de ir a biblioteca e retirar livros por que eles podem sentar nas poltronas e ler o livro antes de escolher leva-lo para casa. O numero de livros retirados e doados para a biblioteca aumentou em torno de 50%.
Isso é ter o sentimento de pertencer a um lugar.


Referência:

COUSIN, Cláudia da Silva. Pertencimento Ambiental. In: Pertencer ao navegar, agir e narrar: a formação de educadores ambientais. Rio Grande: Universidade Federal do Rio Grande, FURG, 2010. Tese de doutorado. Disponível em: http://repositorio.furg.br/handle/1/2842  


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018


REVISITANDO O BLOG Nº 09

  Olhando o blog encontrei no dia 28 de dezembro de 2016, https://mariangelamastalir.blogspot.com/2016/12/adote-um-escritor-este-ano-emef-joao.html , uma postagem referente ao Projeto Adote um Escritor.
            Esse projeto foi criado com o objetivo de levar o escritor às escolas promovendo um encontro com os alunos considerando que muitos não têm acesso a esse mundo. Esse projeto oportunizou um aumento de qualidade no acervo das bibliotecas das escolas municipais, pois além da presença do escritor a escola recebe uma verba para aquisição de livros do autor e outros que a escola necessita.
            No site da Prefeitura Municipal De Porto Alegre podemos ver que no dia 03/11/2016, ocorreu uma cerimônia de celebração dos 15 anos do Programa de Leitura Adote um Escritor, no Auditório Romildo Bolzan, no Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. Fruto de parceria entre a Secretaria Municipal de Educação (SMED) e a Câmara Rio-Grandense do Livro, programa integra as políticas públicas de incentivo à leitura, desenvolvidas pela Prefeitura de Porto Alegre, colaborando, ainda, para a qualificação do acervo das bibliotecas escolares. 
            Mas desde o ano de 2017, as escolas e os alunos passam por um sentimento de opressão quando aproximasse do período reservado ao projeto.  No ano de 2017 ocorreu uma fala por parte da PMPA que nesse ano não haveria verba para o desenvolver do projeto, justamente um após ser comemorado seus 15 anos de efetivo sucesso entre as comunidades.
            Como Paulo Freire (1989) coloca “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, que leitura de mundo os alunos da rede municipal de Porto Alegre estão fazendo desde 2017 a respeito do ato de ler e o ato de adquirir livros?
Se um dos objetivos do projeto era a formação de leitores, atualmente o sinal que enviamos, não por nossa vontade, é que ler um livro físico e conhecer o seu autor não é mais essencial.
         Este ano conseguimos levar à escola a escritora Wanda Queiroz, mas por iniciativa da biblioteca e o apoio da direção. Essa maravilhosa escritora veio até a escola passou o dia todo atendeu oito turmas desde A10[1] até B30[2], no turno da manhã, inclusive conversando com os adolescentes sobre como se desenvolveu o ato de ser escritora na sua vida e o quanto ela teve que trabalhar para produzir e fazer ser conhecido o seu livro “O menino Dinossauro”. Nunca havia visto adolescentes ficarem sentados por uma hora todos inebriados com a fala da Wanda Queiroz.
        Mas, voltado ao Adote, este ano o escritor virá à escola no dia 17/12 no turno da tarde. Em relação à verba, a PMPA ainda colocou a disposição das escolas uma quantia para aquisição dos livros do escritor e de outros conforme a demanda for sendo necessária.
          A biblioteca consultou e muito os alunos para que eles pudessem verbalizar que estilo de livros eles gostariam que fossem adquiridos. Durante quinze dias os alunos iam a biblioteca retirar livros e ao mesmo tempo sugerir livros para a compra.
      O que coloco é que ainda podemos disser que o Projeto Adote um Escritor ainda está acontecendo em Porto Alegre, mas cada vez mais com algumas alterações, porém se o aluno ainda for contemplado par conhecer um escritor e puder ter em suas mãos um livro para cheirar e poder disser: “Fui o primeiro a retirar o livro” ou então “Legal compraram o livro que sugeri”. Isso não tem preço!

Referência:
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados, 1989.




[1] A10 – Primeiro ano do Ensino Fundamental.
[2] B30 – Sexto ano do ensino Fundamental.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018


REVISITANDO O BLOG Nº 08

            Olhando o blog cheguei na postagem do dia, 23 de outubro, https://mariangelamastalir.blogspot.com/2015/10/na-disciplina-de-alfabetizacao-tarefa.html , pude rever algumas ideias que escrevi sobre o método Consciência Fonológica.
            Esse ano,  estou realizando um curso on line das Boquinhas e pesquisei algumas ações que pudesse contribuir para aprendizagem dos alunos do primeiro ano com o qual trabalho. Mas o mais importante é o de qualificar meu trabalho, pois há na turma uma aluna com SD[1] que está repetindo o primeiro ano pela segunda vez. 
            Quando reli o que havia escrito sobre consciência fonológica, fiquei impressionada o quanto retrato vagamente sobre o assunto. Deixei de colocar que a fala diária do aluno, com muitos vícios de linguagem ou a pobreza do seu vocabulário podem influenciar o seu envolvimento nas atividades de ouvir o som e o repetir. O som da letra não é garantia de aprendizado. As crianças podem apresentar dificuldades. Elas tendem a mostrar problemas na hora de juntar as letras. A letra é somente um dos aspectos que a criança aprende.
            Lidamos com o vicio de linguagem que os alunos trazem  e tentamos mudá-lo e ao mesmo tempo praticamos a alfabetização trazendo que a maneira de falar deles está errada. É complicado quando o aluno traz jargões usados em casa par descrever situações corriqueiras da sua vida como o pai que está preso, o irmão que foi preso e a ausência da mãe. Na realidade eu não estou só alfabetizando o meu aluno, mas também estou sendo alfabetizada por ele e nesse caminho que nos encontramos que uso a consciência fonológica.
            A partir de uma perspectiva mais ampla, o desenvolvimento da linguagem depende da interação entre os sujeitos. O conhecimento linguístico vai se construindo desde o nascimento, nos diálogos e partilhas da criança com o adulto. Deste modo, é importante que no cotidiano escolar, haja estimulação e interação, no intuito de dar oportunidade aos alunos para ampliar a capacidade de comunicação oral por meio de conversas, discussões, comentários, relatos, músicas, escuta e reconto de histórias, como também jogos e brincadeiras.
Soares (2001, p.53) salienta que,
A criança aprende a escrever agindo e interagindo com a língua, experimentando escrever, ousando escrever, fazendo uso de seus conhecimentos prévios sobre a escrita, levantando e testando hipóteses sobre as correspondências entre o oral e os escritos, independentemente de uma sequência e progressão dessas correspondências que até então eram impostas a ela, como controle do que ela podia escrever, porque só podia escrever depois de já ter "aprendido".




Referência:
SOARES, Magda Becker. Alfabetização e letramento. 2. ed.São Paulo: Contexto, 2001.



[1] Sd – Síndrome de Down.