sexta-feira, 25 de maio de 2018




SÍNTESE EVIDENCIADORA DE AMBAS AS TEORIAS: Piaget e Vygotsky







Do material lido e visto sobre Piaget e Vygotsky, posso afirmar que tanto Piaget como Vygotsky idealizam a criança como um indivíduo ativo, atento, que constantemente inventa hipóteses sobre o ambiente a fim de poder construí-lo conforme sua interação.
Vygotsky e Piaget estavam preocupados com a questão do desenvolvimento e cada um buscou formas diferentes e complementares para elaboração das estruturas mentais e a formação de esquemas.
Piaget estava interessado em como o conhecimento é adquirido ou construído, onde a teoria é um acontecimento da invenção ou construção que ocorre na mente do indivíduo, Vygotsky estava preocupado com a questão de como os fatores sociais e culturais influenciam o desenvolvimento intelectual.
A teoria de Vygotsky é uma teoria de transmissão do conhecimento da cultura para a criança, os indivíduos interagem com aspectos sociais mais onde o ambiente possa auxiliar na aprendizagem, como professores e colegas. A criança constrói e internaliza o conhecimento que essas pessoas possuem.
Piaget acreditava que a criança adquire conhecimento com os modelos externos por meio da cultura, da história e do modelo social. Mas ao mesmo tempo tem uma influência fundamental única que a ajuda ou dificulta a construir seu conhecimento. A construção do conhecimento individual é única, a criança tem chance de errar e construir, para haver desequilíbrio necessário para novas aquisições. As crianças adquirem uma forma própria de se desenvolver no social frente à construção pessoal desse conhecimento.
Para Piaget a elaboração do individuo pode ser simples e diferente, embora frequentemente ligada e próxima da cultura, com isso a criança tem a chance de errar e construir. Nesse momento ocorrem períodos de desequilibração para uma nova conservação de bases. Sabemos que alguns indivíduos param em algumas das etapas de desenvolvimento e isso se reflete no dia a dia onde podemos observar um jeito particular de pensar.
Os fatores sociais para Vygotsky desempenham um aspecto importante no desenvolvimento. A cultura estabelece um conhecimento que é internalizado e construído pelas crianças. Piaget reconheceu os fatores sociais no desenvolvimento intelectual que provoca desequilibração e construção desse conhecimento.
É necessário um modelo para orientar e fazer a criança pensar sobre como está para desenvolver-se. Nas trocas de valores entre o meio, o indivíduo vai aprendendo a pensar por si mesmo.
Contudo referente à aprendizagem e ao desenvolvimento tanto Vygotsky como Piaget, acreditavam no desenvolvimento e aprendizagem, embora, seus pontos de vista sobre o relacionamento sejam diferentes. Vygotsky tinha a ideia de que a aprendizagem é o que impulsiona o desenvolvimento intelectual, enquanto que para Piaget o próprio desenvolvimento é a força impulsionadora. Piaget tinha a concepção de que o nível de desenvolvimento colocava limites sobre o que podia ser aprendido e sobre o nível da compreensão possível daquela aprendizagem, onde cada pessoa tem um ritmo, não podendo ir além daquele estádio adquirido.


Referências:
Imagem de Piaget e Vygotsky.

Disponível em:






sexta-feira, 18 de maio de 2018


As pessoas com SD[1] apresentam dificuldades de aprendizagem como os demais alunos. Mas a diferença incluída na escola regular encontra muitas barreiras para assimilar as coisas mais simples como, por exemplo, as características diretas de um objeto. Já para uma criança com desenvolvimento típico, construir conceitos, por exemplo, caracteriza-se por uma tarefa fácil.
Algumas escolas esperam que o aluno se adapte as normas da escola e se enquadre no perfil dos alunos, mas o aluno com SD possui uma maneira diferente, que está mais relacionado ao ritmo da aprendizagem do que ao conhecimento.
Crianças com dificuldades de aprendizagem, o que inclui a SD, é muito importante que sejam acompanhadas por profissionais da área da Psicopedagogia. É este profissional que irá avaliar as possibilidades de aprendizagem e a melhor forma de encaminhar estas crianças dentro do contexto escolar. Para que o atendimento psicopedagógico, dentro da escola regular, ocorra de forma adequada é preciso uma visão consistente do que é educação especial.
O aluno com SD pode e deve compartilhar experiências com outras crianças de uma classe da escola regular para que tenha a possibilidade de vivenciar outros tipos de ações que possibilitem o seu conhecimento. O trabalho especializado dentro da escola deve permitir ao aluno formular suas ideias para que ele não fique alienado diante de qualquer saber. Nesse ponto considero que essas experiências somente serão viáveis se o professor e a escola respeitarem o ritmo do aluno.



A Professora Doutora Leny Magalhães Mrech da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo “... é preciso fornecer aos professores de classe comum informações apropriadas a respeito das dificuldades da criança, dos seus processos de aprendizagem, do seu desenvolvimento social e individual...”.








Com uma relação sensível, entre o educando e o professor, que se encontram os elementos que permitem decisões que possibilitem ações positivas ao aluno e a escola. O professor deve ter consciência da importância da função que realiza perante neste momento tão importante da aprendizagem. O sentido especial da educação consiste no amor e no respeito ao outro, que são as atitudes mediadoras da competência ou da sua busca para melhor favorecer o crescimento e desenvolvimento do outro.


Referência:





[1] SD – Síndrome de Down.

sexta-feira, 11 de maio de 2018


ALFABETIZAÇÃO COM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

Crianças com síndrome de Down apresentam dificuldade para escrever em função da hipotonia[1], ligamentos mais frouxos e falta de força nas mãos contribuem para isso. Considero que por causa dessa dificuldade é muito importante preparar a criança para a ação de escrever e de ler. Mas antes de escrever a criança deve ser estimulada com diversos materiais.
Após o período de sondagem, observei com a aluna com SD[2] não reconhecia seu nome, não identifica a letra inicial do nome como M de Mirela e seu interesse em aprender se resumia a observar e mexer no material dos seus colegas. Além disso, a aluna apresentava atitudes, fugir da aula e caminhar pela escola ou se dirigir para outro setor conforme a sua vontade, que reforçavam a necessidade de trabalhar limites. Foram necessárias muitas intervenções e várias conversas com a aluna sobre não sair da sala sem autorização da (o) professor e em relação ao material dos colegas não mexer. Trabalhar a palavra NÃO explicando o porquê do não.
Mas voltando as atividades após ler alguns materiais e conversando com uma colega da escola que tem um filho com Down, optei em usar uma bandeja com areia que recolhi do pátio da escola. Mas inicialmente, Mirela não gostava de colocar o dedo na areia demonstrava aversão à textura e ficava limpando o dedo constantemente na roupa demonstrando que a sujar o dedo a incomodava. Resolvi trocar a caixa, ou melhor, aposentei temporariamente a caixa de areia e resolvi investir na massinha de modelar de areia. Novamente Mirela apresentou aversão ao material. Para incentivá-la a usar esse material adquiri algumas forminhas de biscoito e um pequeno rolo de massa e ficávamos brincando de fazer biscoito para a mamãe e a vovó. Ela foi brincando e como agregamos alguns colegas que a incentivaram ela começou a aceitara manipular esse material. No texto que li para a interdisciplinar da EJA, Alfabetização – Leitura do Mundo, Leitura da Palavra – e Letramento: Algumas aproximações, aonde aparecem os princípios fundantes na alfabetização de adultos resgatei o 5º principio que coloca que “o diálogo como caminho de conhecimento deve caracterizar a prática da alfabetização” reforça qualificativamente o quanto se faz necessário à prática da conversa com a criança, independente de ter ou não Síndrome de Down, para robustecer positivamente a eloquência das conversas.
“As pessoas com SD, assim como as populações “normais” precisam de um ambiente que estimule a aprendizagem, proporcionando conhecimento significativo para seu desenvolvimento cognitivo. Por isso é de fundamental importância que as pessoas com essa síndrome frequentem, o quanto antes, uma escola de inclusão, para que não ocorra comprometimento no seu desenvolvimento global e no processo de aprendizagem” (ENSAIOS PEDAGÓGICOS, Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET– dezembro de 2015)

            Considerando a necessidade e obrigatoriedade da Mirela estar frequentando a escola vários ajustes na prática das ações pedagógicas foram sendo testados e adaptados e até mesmo readaptados, como os citados a cima, para inserir a aluna no contexto escolar sem discriminá-la ou reforçar o fato de ser uma criança NEE.

Caixa de Areia com vogais em EVA.


Com isso, atualmente Mirela já aceita usar a caixa de areia, tirei da aposentadoria, e ela com seu traçado ainda um pouco desorganizado, ela vai traçando as vogais, que já as reconhece e associa algumas palavras como A de abacaxi, E de elefante, I de índio, O de ovo, U de uva. Ela sempre lembra quando fala as palavras que  gosta muito de comer ovo, abacaxi e uva. Ela reconhece as vogais e conforme o dedo vai traçando as letras na areia, vai nomeando as letras e associando-as as palavras e objetos como já citado.

Referência:
Hipotonia. Disponível em:
Gollo de Moraes, Mariléia. Alfabetização – Leitura do Mundo, Leitura da Palavra – e Letramento: Algumas aproximações. Disponível em:
O processo de alfabetização do aluno com Síndrome de Down na escola inclusiva nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Disponível em:




[1] Hipotonia é um termo médico que pretende caracterizar a diminuição do tônus muscular.
[2] SD – Síndrome de Down.

sexta-feira, 4 de maio de 2018


                 Ao ler os textos da tarefa da interdisciplinar da EJA sobre alfabetização, acabei levantando algumas questões referentes à como se dá a alfabetização com crianças dom Síndrome de Down. Como a criança escuta o som das letras?  Como acontece o raciocínio referente à associação de imagens com a letra trabalhada?  O quanto à criança necessita ser estimulada, com reforço positivo, para memorizar o aprendido?
                A alfabetização não é um processo de memorização decodificação de palavras que estão escritas em um papel. É um ato de conhecimento, que desenvolve habilidades pedagógicas, e de análise critica do mundo, onde o alfabetizando é sujeito ativo do e no processo de alfabetização (FREIRE, 1994, p. 163 apud BORGES, 2016). É uma construção social que permite a ampliação das possibilidades de vida e de liberdade humana. Ao mencionar liberdade, é possível relacionar com o conceito empoderamento,  um ato social e político que está profundamente ligado com a conscientização.
O diálogo oportuniza uma intercomunicação, o que gera a crítica e a problematização, pois os sujeitos que participam desse diálogo podem, ou melhor, devem questionar replicar, avaliar, aprender e ensinar. Paulo Freire coloca a palavra como mais que um meio para que o diálogo se efetue.
A palavra deve ser constituída de ação e reflexão. Sem a ação, perde-se a reflexão e a palavra fica solta ao vento, sem significado e com isso ela perde sua força e sua expressividade.  Por outro lado, quando a ação fica sem reflexão, transforma-se em um mero reflexo sem sentido e sem significado tornando-se obsoleta e desconectada do contexto.



Referência:
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 3. ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1983, p.22.)