domingo, 26 de abril de 2015


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O passado nos persegue
O passado nos persegue. As pessoas ainda serem vistas como mercadoria de barganha ou de troca é algo inadmissível, mas que infelizmente acontece em qualquer classe social que tenha  a visão de que solidariedade, como  o Sérgio apresenta no filme, é um ideal do moralmente e socialmente  privilegiado para  amparar o menos favorecido. Isto é imoral e acaba repetindo  o sentimento de que para se sentir como eles, favorecidos,  eu devo ser e agir como eles.
As nossas memórias deveriam nos ensinar a aprender a superar nossos erros e injustiças, mas na nossa imaturidade social ainda recriamos hábitos de selvageria e ainda nos mostram que vale tudo pelo direito de termos a liberdade de consumirmos o que desejarmos, pois é o que defini a  nossa democracia. Essa lei do consumo é a mesma lei que data dos nossos antepassados que escravizavam outras pessoas e que detinham o poder de viver ou morrer.
O que nos assusta que ambos filmes  estão bem perto de  nossa  realidade de sociedade,  á desagregação do conceito de cidadania, cresceu com uma visão deturpada da lei. É o momento onde a lei da selva, que é do mais forte. “Jeitinho Brasileiro”, A lei ser invocada só em beneficio próprio, que a lei é para os outros e o querer tirar vantagens. Nossas crianças assistindo tudo de camarote palavras movem, mas exemplos arrastam.
Isso nos  remete ao nosso trabalho em sala de aula, pois muitas vezes trabalhamos  com alunos que estão cumprindo medidas sócio educativas, e adolescentes desamparados, abrigados e na vulnerabilidade social, tentado um resgate da cidadania. Trabalhar o fator inclusão é importante para que todos possam se sentir acolhidos, respeitados. A escola deve ser um lugar onde as crianças sintam vontade de ir, que se sintam seguras, que peçam aos pais para levarem e acima de tudo, um lugar que possibilite o conhecimento, a aprendizagem e que não haja descriminação. A educação sempre esteve inserida dentro da sociedade,  ela serve de manutenção e  impulsiona nosso crescimento enquanto pessoas.
         Para termos uma sociedade mais justa, precisamos trabalhar a educação desde os primeiro anos de vida de um cidadão.Em sala de aula nós podemos mudar e reinventar essas historia, fazendo uma nova abordagem  em aspectos especialmente significativos na tentativa de promover um novo contexto escolar praticas educativas sensível á  adversidade cultural  tudo isso pode ser feito através de um novo currículo, com novos objetivos, com novos conteúdos, com novas estratégias e uma novas formas de avaliação.Com certeza nada  disso será fácil, pois vai requerer esforços para uma mudança de postura e um novo saber, para poder ensinar esse alunos valores e senso critico.


Material redigido em grupo com Rossana Chultes Linhares,Tânia Mariano e Mariângela Mastalir.



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Construindo aprendizagem juntos.


Minha História Profissional

Iniciei minha vida profissional como tia em uma creche particular.
Após um tempo, fui contratada como professora em uma escola infantil que trabalhava na linha construtivista. Foi o meu primeiro contato com uma realidade escolar mais estruturada, onde aconteciam reuniões semanais e estudava teóricos desta linha, planejando as ações e como os alunos seriam avaliados. Esta estrutura organizada possibilitou que eu me apropriasse da identidade de professora. Era importante sempre buscar referencias para embasar o trabalho pedagógico. Nesta escola tive o primeiro contato com um aluno NES. Era um menino autista. Por necessidade de como lidar com este aluno, busquei entender quais seriam suas necessidades e como poderia ajudar a sua socialização e como manejar com este aluno. Foi incrível observar alguns avanços nos dois anos de convivência.
Quando entrei na EMEI Parque dos Maias, a Rede Municipal tinha como Secretaria de Educação Esther Grossi que incentivou o trabalho com o construtivismo.
Nesta época era muito interessante observar nas reuniões pedagógicas as trocas e o quanto estava construindo no fazer pedagógico as linhas de ações com os alunos. A reunião pedagógica mensal acontecia na sexta-feira quando a escola fechava e o grupo de trabalho trocava ideias, observações do que acontecera e faziam o planejamento para o próximo período. Também realizavam combinações sobre as festas cíclicas onde todos deveriam contribuir com materiais e o que cada nível da escola, desde o berçário até o jardim B, deveriam elaborar com seus alunos.
Nos momentos, e foram muitos nesta caminhada, em que as escolas em que trabalhei e trabalho, parou para discutir o PPP, o Regimento Escolar foram muito importante pois participando destes momentos pude acrescentar mais experiências de aprendizagem. Em cada etapa buscava novas falas e embasamento teórico para validar estes documentos. Inclusive,na EMEI Érico Veríssimo quando elaboramos o currículo da escola foram necessários vários encontros onde em cada etapa avaliávamos se o currículo estava realmente caracterizando a comunidade com a qual trabalhávamos.
O que estes movimentos de parada para estudos contribuíram para minha prática profissional?
Muito, pois em cada movimento em que participei fui reavaliando minha prática em sala de aula e revendo que escola quero, o que desejo atingir com o aluno e o principal como pretendo auxiliar na aprendizagem do aluno.
A cada ano de trabalho na rede municipal, sempre tive turmas com alunos NES ou então turmas diferenciadas como BP e A30 onde os alunos estavam com idades distorcidas, mas que ainda não estavam alfabetizados.
Com turmas de progressão (BP), foram anos de intensa aprendizagem pois havia um sentimento de esconder estes alunos pois apresentavam dificuldades de aprendizagem e comportamental. A cada momento, pois em Bp o aluno pode entrar e ser encaminhado para outra turma durante o ano letivo, quando entravam novos alunos geralmente a prioridade era por comportamento ou seja, alunos que algumas colegas professoras não queriam em sua salas. Foi necessário provar após muito trabalho para a supervisão e direção da escola que estas turmas deveriam ter um olhar diferenciado e qual seria o objetivo da montagem da turma. É claro que o aluno que não esta alfabetizado apresenta dificuldades de comportamento e vice-versa. Embasei o meu trabalho, com estas turmas, em Paulo Freire, Rubens Alves e Moacir Gadotti.
Como os alunos tinham idades diferentes foi preciso pesquisar como trabalhar com tantos interesses diferentes. A maioria da turma já demonstrava interesse em trabalhar. Então considerando isto, elaborei com os alunos, e apoio total da direção e supervisão, um projeto onde eles deveriam elaborar como montar uma banca de vendas. O trabalho partir do objetivo do que desejam fazer, então elaboravam o que cada um sabia fazer e como poderiam fazer para alcançar o objetivo da turma. Foram necessárias várias intervenções para auxiliar a turma chegar em um censo comum. Estabelecemos montar no aniversário da escola uma banca de vendas de comidas e bebidas para a comunidade. Partindo dessa ideia, trabalhamos com receitas em sala usando a escrita e leitura, a matemática onde eles calculavam os custos e valor da venda de cada produto visando o lucro, a história envolvida no processo de produtividade da sociedade, a geografia era trabalhada na origem de cada produto usado e a origem de cada receita e em ciências trabalhávamos a necessidade da higiene no preparo dos alimentos.
No preparo das comidas eles dividiram a turma em grupos e cada um ficou responsável em elaborar a comida sob a minha supervisão. Eles também decidiram qual seria a função de cada um e a escala de trabalho no dia da festa. Com o dinheiro arrecadado a turma decidiu o que fariam. Neste ano fomos no cinema e compramos pipoca para cada aluno. Usamos ônibus de linha pagando a passagem de cada aluno. Ao término deste trabalho fiz uma avaliação com a supervisão do que foi aprendido pela turma e o que aprendi com o projeto. Foi interessante parar e avaliar pois pude perceber e registrar que houve um avanço na aprendizagem da turma no conhecimento e no afetivo. A turma no inicio não estava constituída como grupo era cada um por si e que após este trabalho estava muito visível para a escola que agora eles eram um grupo unido e conseguiam se enxergar pertencentes à escola. No decorrer dos outros anos continuamos a este trabalho, mas acrescentei o projeto de filmagem em sala após participar de um curso de cinema onde quatro alunos participaram comigo. O curso foi disponibilizado pela mantenedora para os professores da rede em 2007. Este projeto foi estruturado em parceria com os alunos do curso e os colegas de sala. Eles tinham a função de levar o que aprendiam e aplicar, sob minha supervisão, as mesmas atividades.
A turma também optou que estilo de filmagem realizariam e para isso pesquisamos os diferentes estilos desde documentário até um filme. No primeiro ano fizemos um documentário, no estilo sala de debates, sobre a escola. O roteiro foi escrito e registrado pelos alunos sendo corrigido em aula. A parte da filmagem foi estruturado, com seus diferentes focos, pela turma. Este trabalho envolveu, além da professora referencia, a professora de francês, a professora de educação física No ano seguinte, seguindo este processo, a turma optou por realizar um filme no estilo de Charle Chaplim após analisar diferentes estilos de filmes nacionais e internacionais e pesquisar sobre sobre sua vida e obra. Novamente este trabalho disponibilizou que os alunos trabalhassem a leitura, a escrita e a matemática de uma maneira lúdica e próxima aos seus interesses.
A turma criou o filme; “ As trapalhadas de um trapalhão na usina do Gasômetro.
Foram envolvidas neste trabalho as professora de arte, que montou com os alunos a capa do DVD, e língua estrangeira. Com este filme montei um projeto para participar do professor Excelência da rede e ganhei o terceiro lugar. Fomos comemorar a premiação em um restaurante, a conta foi paga com o dinheiro arrecadado com a banca da turma na festa da escola. No decorrer do tempo os alunos iam avançando em sua aprendizagens, mas acabavam ficando até o final do ano e com isso, mudamos a dinâmica de uma turma de progressão, para finalizarem o trabalho iniciado.
Com as turmas A30 o processo de deu de uma maneira lúdica, onde junto com o grupo de professores da turma buscávamos atividades diferentes para aprenderem o que não haviam conseguido em três ou quatro anos. Em das turmas de A30, tive uma aluna com retardo mental. Esta aluno novamente me obrigou a pesquisar como trabalhar com essa necessidade. Conversando com a supervisão da escola iniciei o trabalho partindo do nome da aluna e criei o saco das palavras conhecidas da aluna, palavras muito repetidas durante as aulas.Foi gratificante observar o crescimento desta aluna.
No final do Iº ano ela já identificava algumas palavras e escrevia o seu nome sem o uso do cartão. Na matemática já conseguia quantificar até três. No ano seguinte, optamos em deixar esta aluna no ano ciclo por visualizarmos possibilidades de avanço e a família solicitou que continuássemos o trabalho, a aluna terminou o ano lendo palavras simples e realizando contas simples de adição até 10 e contas simples de subtração.
Para registrar este trabalho foi elaborado em conjunto com todos os professores um Arquivo Biográfico da turma onde registramos a caminhada e arquivamos trabalhos de todos os trimestres.
É interessante parar agora e relembrar estas situações de aprendizagem, eu aprendi muito com meus alunos, onde como um planejamento consciente da realidade do aluno facilita a participação e envolvimento na sua aprendizagem.
Estas experiências diferentes me transformaram em uma professora desafiadora e inovadora pois aprendi que sempre devo observar meus alunos antes de buscar informações com suas professoras do ano anterior para não estabelecer um pré-conceito.
Além disso ao buscar novas possibilidades de trabalhos e respeitando o PPP da escola, pude construir ações pedagógicas que mudaram o meu olhar e a minha percepção de professora.

Atualmente em meu trabalho, sempre considero o perfil da turma e o que ela esta me falando de suas necessidades. Considero que como professora eu devo estar sempre me transformando junto com a turma buscando novos conceitos que vão auxiliar nesta transformação ou que no minimo possibilitem o acesso dos alunos a novas maneiras de aprender. Como cada aluno tem o seu tempo de aprendizagem e a sua maneira de aprender devo sempre considerar que vou avaliar o aluno por ele mesmo e como se deu o seu processo de aprendizagem.
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Aprendendo a aprender.


Na postagem do dia 22/4/2015 terminei a postagem com a seguinte pergunta: O passado me persegue ou eu persigo o passado?
Hoje vou explorar o  que penso poder explicar esta frase.
O passado faz parte de nós, mas não podemos deixar que ele determine a nossa vida. Aprendemos, ou deveríamos aprender, com ele a como não reproduzirmos o  que não deu certo ou que acabou da maneira diferente do que esperávamos.
Ou talvez não seja nem uma coisa ou outra. Existe uma relação do que vivemos no passado e o que vivemos no presente. Experiências, vivências , sentimentos  e fatos refletem positivamente ou negativamente em nossa vida.Tudo está relacionado e todas as nossas ações (inclusive pensamentos) têm consequências, tanto em âmbito pessoal  como no profissional. O que devemos fazer é aprender com o passado, mas não ficarmos presos a ele. Devemos inclusive, tentar viver mais plenamente o momento presente.
O que realmente importa é avaliarmos as nossas ações para que possamos visualizarmos o que realmente for importante no momento para a nossa vida no geral.

"Todo o passado da humanidade contribuiu para fazer o conjunto de máximas que dirigem os diferentes modelos de educação, cada uma com as características que lhe são próprias. As sociedades cristãs da Idade Média, por exemplo, não teriam sobrevivido se tivessem dado ao pensamento racional o lugar que lhe é dado atualmente". (Émile Durkheim)


Síntese dos filmes Machuca e Quanto vale ou é por kilo?
No filme Machuca aparecem questões de segregação sócio-econômica-cultural que são o estopim de várias situações de conflito nas ruas e na escola.
Na cena em que o diretor apresenta os novos alunos, estes colocados na frente da turma com expressões de enfrentamento, vergonha e inquietação por estar sendo posto em evidencia. Quando um dos alunos expressa conhecer um dos alunos novos como sendo filho da moça que lava roupa para sua família. Esta cena deixa clara a distinção das classes sociais que será instaurada na turma. Mais à frente aparece a diferença pelos nomes, pois o menino pobre é chamado pelo sobrenome MACHUCA e o menino rico é chamado pelo seu nome GONZALO. Quando o aluno, loiro e rico, fala para machuca que os pais estão fazendo um favor em pagar para eles, proletários, em estudarem na escola e que agora estão querendo ditar regras mostra a não aceitação da inclusão dos alunos bolsistas. Na cena em os estudantes estão na piscina e um dos alunos debocha dos bolsistas, chamando-os de blusa preta, o padre McEnroe deixa muito claro para todos os alunos que para ele não há distinção entre eles, mas que devem respeitar um ao outro. Isto é o mais importante. A maneira diferente como as crianças são tratadas conforme sua origem fica evidente quando Gonzalo tem atenção e desejos são realizados sem nenhum esforço e Machuca tem que ajudar no sustento da sua família mesmo que para isto tenha que vender bandeiras e cigarros.
A cena em que eles dividem as latas de leite condensado ou a cena em que Gonzalo compra pirulito para ele e Machuca ilustra que as crianças conhecem as diferenças sociais, mas conseguem prosseguir e socializar minimizando-as a ponto de conviverem pacificamente. Mesmo que uma faça critica a situação de miserabilidade por parte de uma camada da sociedade há uma compreensão de a outra não pode ser responsabilizada pelas ações das pessoas e situações que criaram essa circunstância social.
A questão político-social aparece nas crianças excluídas como sendo um direito que lhe foi negado e que devem lutar para conseguir. Fazendo um paralelo com as crianças e jovens de agora, consideramos que essas mesmas ações acontecem. Em 2014 quando iniciou a campanha de vacinação das meninas contra o HPV na escola onde trabalho as meninas comentavam que os cartazes da campanha não mostravam meninas da realidade delas. Quando questionei que realidade era essa elas colocaram que as roupas e atitudes eram diferentes e que muitas delas já tinham responsabilidades de cuidar dos irmãos menores. Uma simples imagem gera questionamentos das crianças e se não prestarmos atenção e ouvirmos perdemos oportunidades de trabalhar as diferenças sociais que ainda permanecem em nossa sociedade. Este comentário foi passado para a supervisão da escola que encaminhou para os professores das alunas.
Já no filme Macunaíma, que não apreciei assistir, as mesmas questões são abordadas com um olhar de esculacho da realidade da época e atual.
Penso que o nascimento de Macunaíma retrata o brasileiro que nasce já sem infância, que fica exposto no mundo buscando sobreviver de qualquer jeito. Muitas vezes ouvimos “Ele é forte. É guerreiro.”, não consideramos o que está por trás desta fala. É o filho de mãe solteira que sustenta uma família inteira, a ausência do pai que traz uma sensação de abandono, que também a falta de autoridade, já que o pai representa culturalmente a base da instituição familiar. Mesmo que atualmente uma parcela das famílias brasileiras sejam sustentadas e organizadas pela mulher que sai para trabalhar deixando seus filhos sendo cuidados por outros em escola infantil ou pelo filho mais velho. As nossas crianças, da classe popular, estão cada vez mais sendo forçadas a amadurecerem cedo na questão de responsabilidades familiar, mas ao mesmo tempo estão sendo menos estimuladas gerando uma geração de crianças com déficit de aprendizagem.
Macunaíma nasce de uma “mulher macho” que pari um filho. Esta cena retrata a realidade que vivemos. Um país jovem, cansado e cheio de desejos de ter tudo, sem ter que realizar nenhum esforço. Podemos ver isso na quase totalidade política do nosso país onde o mais “esperto” vence o mais fraco.
Esta visão conservadora, representa a tradição colonialista que pressupõe uma supremacia do homem branco sobre os demais grupos e culturas. Há nesse sentido um esforço em assimilar qualquer indivíduo aos padrões da classe média branca. As consequências dessa visão no olhar educacional são percebidas no modelo de privação / destituição que se centra no aluno, promovendo um distanciamento do percebimento da realidade de classes e seus efeitos sobre o processo educacional. Incluindo um afastamento da relação professor/aluno.
Reconhecer a possibilidade de outras culturas não quer dizer realizar um esforço para que as mesmas sejam culturalmente valorizadas e tenham a oportunidade de emergir no contexto educacional. O excluído é incluído conforme o desejo de quem o está incluindo.
O contexto educacional torna-se um mecanismo avassalador/silenciador, principalmente das culturas populares, vistas como manifestações inferiores que, em relação ao ambiente educacional, não necessitam ser incluídas no currículo. Embora já ocorram movimentos de elaboração de currículos que contemplem essa diversidade sem sobreposição cultural.
Na escola os diálogos culturais, que acontecem constantemente, ainda têm o caráter de não reconhecimento do outro mostrando que em nossa educação permanece características da reprodução social do trabalho ou seja, a educação é moldada conforme o grupo a qual ela se dirige.
A escola é inserida em uma região com características geo. econômica-cultural, mas não considera que a comunidade do seu entorno possui uma cultura formada por diferentes grupos que foram se alojando neste espaço geográfico. Sendo a escola de periferia ainda passa por outro processo, que é comum em comunidades mais pobres, que é o efeito migratório por questões financeiras ou outros motivos violentos. As diferenças sociais, relacionadas à linguagem, cultura, costumes, classe, etc., são vistas como divisão.
A única forma de construir uma sociedade igualitária é através do consenso, da construção de uma cultura comum, há não sobreposição de uma à outra cultura.
Considero que ainda não, no todo, mas em processo, a educação busca uma perspectiva intercultural onde alguns espaços educacionais, o reconhecimento do outro neste diálogo entre os diferentes grupos sociais.
Muitas vezes o professor tenta incluir o seu aluno e sua cultura no contexto escolar, mas no decorrer da caminhada essa tentativa de aproximação cria uma tensão que acaba criando uma ruptura nesta tentativa de aproximação. Observo que dos professores que estão ingressando nas escolas públicas municipais atualmente uma boa parcela destes acaba desistindo do seu cargo exonerando-se com um ou dois meses por não estarem preparados para atuarem em escolas de periferia. Muitos verbalizam que não fizeram faculdade para aturarem alunos que não tem respeito por ele professor. A qual respeito estes professores se referem. Ao aluno permanecer sentado sem movimento e calado durante, no mínimo 50 minutos? Ou ao aluno que não possua senso crítico?

A escola pode ser excludente em relação ao aluno e também ao professor.

segunda-feira, 20 de abril de 2015






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PORTFÓLIO DE APRENDIZAGEM


            Considero o portfólio como sendo um organizador de ideias e ações que registramos e desenvolvemos no decorrer de um determinado tempo. Na sua elaboração, temos a capacidade de sempre reavaliar o que deixarmos apontado e assim sermos capazes de reconsiderar e analisar de onde partirmos como pretendemos chegar e como devemos agir para atingirmos o nosso objetivo.
         A maneira como iremos elaborar o portfólio de aprendizagem será instigante e desafiador, pois a partir do momento em que formos pesquisar sobre diferentes autores para usarmos no embasamento às explicações de um fato ou pensamento trabalhado ou percebido como algo significativo em nossa aprendizagem.

"... Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. O que se precisa é que, em sua formação permanente, o professor se perceba e se assume, porque professor, como pesquisador." (Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, p.32)

         Como professora estou sempre buscando novas ideias e explorando novas formas que qualifiquem o meu fazer pedagógico por isso concordo com o pensamento de Paulo Freire de que quando me percebo como professora estou assumindo uma postura de pesquisadora e provocadora que tem como objetivo desacomodar os meus alunos. E o portfólio será o meu diário, a minha carta de amor à educação, o sinal de fumaça onde poderei sempre resgatar o meu passado para reavaliar como será meu futuro.

TRABALHO EM GRUPO.


Hoje comecei o trabalho em grupo com a Rossana. Ficamos enviando o material escrito sobre os filmes: Quanto vale ou é por kilo? e Machuca. No material tentamos agregar as nossas ideias e o que fomos lendo dos textos. 
O dois filmes são muito chocantes exatamente por que pude  visualizar a realidade em que vivemos. De ambos os filmes  que mais me impressionou foi o Quanto vale ou é por kilo? de Sérgio Bianchi que, de uma maneira inteligente, faz uma comparação a dois períodos de nossa história sem perder a consciência da realidade em que vivemos.
Em quanto assistia ao filme, ia anotando algumas ideias e acabei fazendo uma relação muito interessante que pretendo explorar em conjunto :
  • imagem do produto vinculada ao êxito;
  • sei o que sou hoje, mas sei o quero no futuro;
  • tudo o que vai volta;
  • lucro e liberdade=realidade=solidariedade=zonalidade;
  • pobreza incomoda;
  • entretenimento também é cultura;
  • aceitar o errado para se ter o minimo;
  • uma mão lava a outra;
  • pessoas são mercadorias para serem dispostas e classificadas como a minoria mandante determinar que devem ser ou estar;
  • ampliação do agente carcerário movimenta a economia da região onde tem um presidio;
  • atualmente as pessoas são escravas sem dono definido (?) e na escravidão, todos eram máquinas que ganhavam "óleo e manutenção" para não quebrarem;
  • se sentir como eles, passa a ser como eles.
Mas deixarei uma ideia interessante: O passado me persegue, ou eu persigo o meu passado?

Continuo mais tarde. Fui.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

“... o bom de se aprender a ler-o-mundo em que se vive é que aos poucos, os nossos medos vão desaparecendo. Pois a gente só tem medo mesmo é do que não entende.” (Brandão, 2005, p18)

Concorde com Brandão quando ele fala de que só temos medo daquilo que entendemos, pois eu ao sentar e tentar, tentar e tentar escrever neste blog comecei avaliar o que estava me impedindo de não visualizar nada que me houvesse “incomodado” e me desestabilizado a ponto de me tirar da minha zona de conforto.  E realmente, o exercício de parar refletir e escrever, estava me colocando em uma situação de defesa. Pronto, foi então que compreendi que este exercício havia me balançado a ponto de buscar refletir sobre mim mesma e a minha maneira de ser professora.
Não é fácil professora! É mais fácil ser aluna.
Mas no momento em que nos tornamos aluna-professora tudo muda. Ficamos mais sensíveis, com mais perspectivas do que queremos e o que buscamos e o desconhecido, mesmo assim o sendo, acaba se tornando um velho conhecido do nosso tempo e ação de estudante e do nosso tempo e ação docente.
Estou pronta para me aventurar nesta nova fase de minha vida. 

sábado, 4 de abril de 2015




“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação reflexão.”
”O educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educado”.
                                                                                                       Paulo Freire