terça-feira, 31 de outubro de 2017

      Uma dos maiores aprendizagens que pode ocorrer em uma aula de culinária para crianças é ela descobrir a origem dos alimentos, saber que o leite não vem da caixinha e que legumes e verduras crescem na terra, sob sol e chuva, pode despertar a consciência ambiental das crianças, bem como valorizar mais a preferência por alimentos naturais.
       Voltar a ter contato com o ciclo do alimento é cada vez mais importante, já que a urbanização e os processos de industrialização desvincularam o homem da terra. Deixamos de ter contato com os ciclos biológicos e animais mais básicos, o que também nos distancia de uma alimentação mais saudável.
      Em uma aula prática com receitas e identificação de alimentos, é possível estimular a leitura de instruções e rótulos, o crescimento do vocabulário etc. Da mesma forma, a aula de culinária também pode ajudar com o raciocínio matemático, por meio da soma de ingredientes, conhecimento sobre medidas, contagem de tempo e temperatura, entre outros aspectos.
      Além disso, professores estimulam, a partir de aulas de culinária, o aprendizado científico (origem e propriedade de ingredientes), geográfico (regiões e climas de produção de cada alimento), histórico (hábitos alimentares e sua relação com a cultura) e até mesmo artístico (criatividade e apresentação de alimentos). Ou seja, é um ótimo ponto de partida para diversos temas tradicionais.
       No dia 30 de outubro para entrar no clima de Helloween, a turma fez Bolachas Assombradas  decoradas. Essas bolachas foram divididas no lanche com a turma  A12[1]Os alunos fizeram suas três bolachas e depois foram até minha mesa onde explicava como a cobertura (açúcar de confeiteiro, água e corante comestível) deveria ser passada na bolacha e depois eles iam até a professora Jéssica e decoravam a bolacha usando os confeitos coloridos.







[1] A12 – Nomenclatura usada para definir o 1º ano do 1º Ciclo do Ensino fundamental.

        Baseada nessa proposta de culinária, que iniciou no dia do passeio a ASBR, onde as crianças conheceram o chef Anderson, o objetivo dessa atividade de culinária será o de promover no dia 31 de outubro no dia da Festa de Helloween, no turno da tarde, uma apresentação do 1º Master Chefinho na Escola. Para esse evento os alunos deverão preparar um prato de doce ou salgado, junto com suas famílias, e decorar com motivo de Helloween.
       No dia da apresentação as famílias poderão estar presentes, mas quem deverá falar e explicar o prato será o aluno. Além disso, o aluno deverá entregar a folha onde ele escreveu a receita e fez o desenho de como deverá ser a decoração do prato.
       Os jurados serão a diretora Zoila, a professora de teatro Hellen, a monitora Jéssica, o aluno Vitor, a orientadora do 1º e do 3º ciclos da Escola.
        Critérios a serem avaliados:
  •       Decoração criativa;
  •        Sabor salgado;
  •      Sabor doce.

        Os jurados escolheram como melhor:

    ·        Prato doce, o bolo de Lápide do aluno Diogo;
    ·        Prato salgado, o sanduíche em formato de fantasma do aluno Victor;
  ·   Prato melhor decorado, dos ovos com aranha de azeitona e três laranjas pintadas como abóbora da aluna Maria Júlia. 



Após o Master Chefinho, os alunos foram participar da festa que acontecia no Ginásio da Escola.







sexta-feira, 27 de outubro de 2017

                                             “A identidade étnica, Assim como a língua materna,                                                          é elemento de constituição da criança”. Diretrizes                                                           curriculares nacionais da Educação infantil – MEC, Brasil.


    Vivemos em um país em que uma maioria da população é composta por afrodescendentes. Entre os demais, a maior parte são brancos miscigenados (pardos, mulatos, sararas, outros conforme a nomenclatura popular). 
        Discutir essas relações étnico-raciais que construíram esse país, logo, deveria ser uma obrigação de todos os cidadãos, não importando sua origem ou etnia. Esses esforços de promover discussões com os alunos e até mesma pela sociedade é para que não apenas se somam na luta contra o racismo, como também na consolidação da democracia, da promoção da cidadania e no reforço à igualdade social e racial.                    Considerando que a escola é um local onde ela também se torna um dos espaços onde podemos e devemos trabalhar o movimento, a cultura e a história dos afrodescendentes do Brasil.
      De acordo com Trinidad (2011), para trabalhar a diversidade étnico-racial com as crianças, a família é primordial que os pais sejam informados sobre todas as atividades que serão realizadas com as crianças, os objetivos e principalmente a importância se sua participação, trazendo informações sobre a cultura que a criança tem em casa, a formação e os hábitos familiares, suas atividades de finais de semana seus rituais religiosos. Todas essas informações são ricas para serem consideradas na prática pedagógica junto à criança.
      Conversei com os pais a respeito do livro, Cabelo Maluco de Neil Gaiman e Dave McKean, que usaríamos para fazer um link com o trabalho étnico racial para o mês de novembro, ou seja, trabalharíamos os diferentes estilos de cabelos e que cada cabelo pode ser diferente e fantástico ao mesmo tempo. O objetivo do trabalho será de mostrar aos alunos que não há cabelo ruim, mas sim diferente assim como são as pessoas.
      O livro conta a história por meio de rimas e é cheio de ilustrações muito legais, com desenhos e cores tão malucos quantos muitos penteados por aí. Tudo começa quando uma menina chamada Bonnie encontra um homem com cabelos que ela nunca tinha visto antes.

Leia mais em:

      Expliquei aos pais que ao avaliar o uso desse livro em função das meninas da sala que valorizam muito o seu cabelo cacheado deixando-o solto sem fazer chapinha ou prendendo-o.
     Após a leitura da história, conversei com os alunos referentes ao tema do livro.           Fizemos o levantamento de quantas coisas e objetos havia dentro do cabelo do homem. Perguntei se era possível haver um cabelo tão grande assim.

Aluno 1: Existe o cabelo da Rapunzel.
Aluno2: Não existe homem com cabelo comprido.
Aluno 3: Minha mãe quando acorda o cabelo dela parece um ninho de passarinho assim ... (aluna representa o cabelo abrindo ambos os braços).
Aluno 4: Tem gente que deixa crescer o cabelo e depois vende. Minha tia faz isso.
Aluno1: Tua tia é pobre?
Aluno 4: Não ela vende pras pessoas que não tem cabelo.
Aluno 2: Meu pai é careca e não compra cabelo.

     Resolvi interferir para explicar que algumas pessoas ficam carecas naturalmente e outras os cabelos caem por doença ou por algum remédio que tomaram. Mas nem todas gostam de comprar cabelo, peruca, preferem esperar o cabelo crescer ou ficar sem o cabelo. Nesse momento decidi mostrar várias imagens, de diferentes estilos de cabelo, que foram retiradas da internet.

 

                         

     Os alunos observaram que existem cores, comprimentos e estilos diferentes de cabelo.  Decidimos fazer uma sessão de transforme o seu cabelo, deixe-o maluco.










terça-feira, 24 de outubro de 2017

            Hoje, dia 24 de outubro, a turma foi ao Teatro da FIERGS assistir a peça teatral O Circo. A peça foi muito empolgante e conquistou aos alunos que permaneceram quietos e prestando atenção ao espetáculo durante a sua 1 hora de duração.
          A parte da historia sobre os palhaços  Zão e Zoraida  que gracejam os números de circo tradicional, como a mágica, a acrobacia e os animais adestrados. Mas apresentam números engraçados para um público não acostumado a irem ao teatro.









sexta-feira, 20 de outubro de 2017

      Na escola este ano optamos em realizar a festa das crianças dia 19 de outubro considerando que alguns professores estão em greve. Então, os brinquedos infláveis foram contratados para esse dia no turno da tarde.
         A turma foi convidada para vir à tarde participar desse evento.
      Nesse dia no turno da manhã trabalhamos sobre os brinquedos construídos por crianças usando material de sucata. O desencadeador desse trabalho foi que em algumas passagens do livro Quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus, apresenta citações de crianças se divertindo com brinquedos feitos com material catado no lixão ou na rua.
        No dia 29 de setembro fizemos um levantamento de materiais que poderíamos usar para construir brinquedos. Listamos os seguintes materiais:
  • ·        Caixas de papelão de qualquer tamanho,
  • ·        Tampinhas de garrafas,
  • ·        Lã ou cordão,
  • ·        Palitos,
  • ·        Caixas de sabonetes, pasta de dente, de remédios, gelatina, outras,
  • ·        Caixas de isopor.

    Marcamos a ida a sala de informática para pesquisarmos diferentes brinquedos elaborados com material de sucata.

Sites visitados no dia 02 de outubro:



     Wallon defende o brincar e o brinquedo juntos como uma forma de estruturação do Eu da criança. Esse é um meio que possibilita a construção da personalidade. Quando se tem um espaço organizado para isso e a disponibilidade desse material, isso fundamentaria a fluidez das emoções e pensamentos, dando-lhe mais conhecimento para se desenvolver uma pessoa completa.
     











Construir brinquedos utilizando sucata é uma maneira simples e atrativa de mostrar às crianças que materiais que costumam ter como destino o lixo podem se tornar objetos úteis e interessantes. Além de desenvolver a criatividade, este tipo de atividade contribui para a percepção de valores importantes sobre a preservação ambiental e são fundamentais na formação de cidadãos ecologicamente conscientes e responsáveis.
       A turma se preparou e como marcado no dia 19 de outubro no turno da manhã, os alunos trouxeram materiais de sucata e cada um elaborou um ou dois brinquedos. A ideia é que eles deveriam dar um nome ao seu brinquedo e escrever como haviam feito que materiais usaram e se houve ajuda de colegas na sua construção.

Fotos:
                     




       Combinamos que os alunos levaram os brinquedos para casa no turno da tarde após o evento dos brinquedos infláveis.

           Fotos do evento do turno da tarde: brinquedos infláveis.

                    

                   
                                    
                                              

quarta-feira, 11 de outubro de 2017






           Hoje vou postar um jogo de dados que estruturei para a turma A15[1], o nome do jogo é Jogo das Palavras.
       Inicialmente a turma foi dividida em dois grupos. Um grupo ficou comigo e o outro grupo ficou com a volante Jéssica.
       Cada grupo recebeu quatro dados e em cada face dos dados havia uma sílaba.


               


Piaget defendeu que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Elas não são apenas uma forma de desafogo ou algum entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.
     Jogando a criança experimenta, inventa, descobre, aprende e confere habilidades. Sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidades que são oferecidas à criança por meio de jogos garante que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem. Dessa maneira, pode-se dizer que o jogo é importante, não somente para incentivar a imaginação nas crianças, mas também para auxiliar no desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas.
Antes de iniciar o jogo, foram estabelecidas algumas regras:
1. Cada aluno, na sua vez de jogar, vai jogar os dados e tentar montar uma palavra usando no mínimo dois dados e no máximo os quatro dados.
2. Os colegas poderão ajudar.
3. A palavra tem que existir e ter significado.
4. O aluno vai ao quadro escrever a sua palavra e os colegas devem copiar na folha entregue pela professora.

Depois de todos compreenderem as regras cada grupo iniciou o jogo.







Para Vygotsky, "... é na brincadeira que a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. A criança vivencia uma experiência no brinquedo como se ela fosse maior do que é na realidade... o brinquedo fornece estrutura básica para mudanças das necessidades e da consciência da criança"
Durante o jogo pude observar o processo de elaboração das palavras em cada aluno. 
Alguns alunos facilmente conseguiam montar uma palavra sem o auxilio dos colegas e outros necessitavam que os colegas o auxiliassem nessa elaboração. Isso caracteriza que cada aluno esta em um nível de aprendizagem. Ocorreram algumas surpresas como a Evelyn que montou sozinha uma palavra (SAÃOPO), mas se deu conta quando a leu que ela não existia e reorganizou os dados e elaborou outra palavra (SAPO).


Referência:

Piaget J. Psicologia e pedagogia. Trad. Lindoso DA, Ribeiro da Silva RM. Rio de Janeiro: Forense Universitária;1976.

Wayskop G. Brincar na pré-escola. 2ª ed. São Paulo: Cortez;1997.








[1] A15 – Nomenclatura usada para definir o primeiro ano do 1º Ciclo do Ensino Fundamental.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

No dia 05/10 a turma A15[1] experimentou uma atividade diferente.
A turma foi convidada a participar de um evento promovido pela associação de bares e Restaurantes pelo Dia das Crianças. Esse passeio pode proporcionar que os alunos vivenciassem momentos divertidos e prazerosos.
Os alunos ficaram encantados quando descobriram que o Chef Anderson, que havia preparado todas as guloseimas da tarde, estava presente.
Uma aluna empolgada e até mesmo emocionada comentou: “Ele não parece tão mal humorado.” Esse comentário teve como referência a figura dos jurados do Master chef, um programa que muitos assistem em suas casas.
Esse comentário trouxe um questionamento de que muitas vezes superestimamos as experiências dos nossos alunos e lembrei-me do estudo de Vygotsky sobre a zona proximal.   
Segundo Vygotsky é o que se refere à zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e aquilo que ela tem o potencial de aprender - potencial que é demonstrado pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. É o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de conseguir fazer sozinha. Saber identificar essas duas capacidades e trabalhar o percurso de cada aluno entre ambas são as duas principais habilidades que um professor precisa ter.
Ilustrando essa ideia, fiquei muito surpresa quando os alunos conversando com o Chef conseguiram a receita dos mousses de uva e de maracujá servidos no lanche.
Bem mas a tarde proporcionou várias atividades que marcaram esse presente.





[1] A15- nomenclatura usada para definir o 1º ano do 1º ciclo do Ensino Fundamental.