quarta-feira, 31 de outubro de 2018




REVISITANDO O BLOG Nº 02

Revendo o blog do dia 25 de dezembro de 2016, domingo, (mariangelamastalir.blogspot.com/2016/12/festadas-bruxas-brasileira.html) tive a oportunidade de rever o quanto a minha visão de um planejamento coletivo mudou.

Estando realizando o estágio no turno da noite na EJA, tive o prazer de em conjunto com os professores planejar a noite de halloween desde o jantar até a apresentação de um vídeo onde foi explanadas a origem da festa e a sua comercialização. Além disso, os alunos puderam ver o por que uma festa infantil invadiu o universo adulto com mais sensualidade.

A língua é viva e está em constante evolução: gírias, dialetos, estrangeirismos, tudo faz parte dela. Sendo assim, o ensino da língua demanda que os professores procurem ou aprimorem suas informações e faça pesquisa sobre as diferentes linguagens para que, junto com o aluno, exercite sendo ela, ou não, a sua linguagem materna. Esta maneira de fazer e  auxilia que o estudante a domine e, a use da melhor maneira possível, tornando as aulas de Português agradáveis e proveitosas.
Ainda Freire fala da leitura relacionada com a leitura de mundo que todos nós devemos ter enquanto seres sociais:

Ler é algo mais criador do que simplesmente ou ingenuamente “passear” sobre as palavras. (...) “Ler e escrever a palavra só nos fazem deixar de ser sombra dos outros quando, em relação dialética com a “leitura do mundo”, tem que ver com o que chamo a “re- escrita” do mundo, quer dizer com sua transformação.

 Sabemos o quanto ato de ler é importante como fator de construção do sujeito na sociedade; a leitura deve ser sentida como necessidade do ser humano e que é uma ação que acontece aos poucos, a qual deve ser exercitada desde cedo. Que dependendo do conhecimento do leitor assim ele construir á seu significado para o que ler. Portanto, a bagagem de conhecimento trazida pelo leitor o auxiliará na compreensão e na relação com a realidade do mesmo. Para Freire a leitura do mundo vem antes da leitura da palavra. 

Referência:

FREIRE, Paulo. A Importância do ato de ler . 4ª ed. São Paulo: Cortez. 2005.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018




REVISITANDO O BLOG Nº 01

            Revisitando o meu blog, escolhi a postagem do dia 18/07/2016 com o título: Etâ aula boa! – 02 https://mariangelamastalir.blogspot.com/2016/07/eta-aula-boa-02-hoje.html  pude relembrar uma das atividades realizadas com duas  turmas de A20[1] integrais nas quais eu era volante no turno da manhã e a tarde tinham outra volante.
Nessas turmas, com aprovação da supervisão e orientadora, eu e a professora Claudia R. iniciamos uma atividade de linhas tracejadas no chão e ao mesmo tempo iniciei a linha cursiva.
           Nas palavras de Bettelheim (1988, p. 105):]
          Através de uma brincadeira de criança, pode-se compreender como ela vê e constrói o mundo – o que ela gostaria que fossem quais as suas preocupações e que problemas a estão assediando. Pela brincadeira a criança expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. 
         A criança vai agir em função da significação que vai dar aos objetos dessa interação, adaptando-se à reação dos outros elementos da interação, para reagir também e produzir assim novas significações que vão ser interpretadas pelos outros, como numa espiral.
Essa brincadeira de criança de andar sobre linhas tracejadas faz com que a criança aprenda com todos seus sentidos como realizar os movimentos que proporcionam a letra cursiva. Kishimoto (1999, p. 110) complementa afirmando que: Nesta linha de pensamento é brincando que a criança aprende a socializar-se com as outras, desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade.



Referência:

BETTELHEIM, B. Uma vida para seu filho. Rio de janeiro, Campus, 1988.

KISHIMOTO, T. (org). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 3º Ed. São Paulo: Cortez, 1999.



[1] A20 – Nomenclatura usada para o 2º ano do Ensino Fundamental.

terça-feira, 16 de outubro de 2018


Hoje convidei os alunos a pensarem sobre a frase:

·                                                      Qual a função da leitura e da escrita na minha vida?

Resolvi explorar essa frase colocando mais questionamento para eles pensarem.
·                            Qual será o seu significado dessa frase para cada um de nós?
·                            Será que todos nos dividimos o mesmo interesse por estarmos novamente na escola?
·                           O que leva uma pessoa a voltar a estudar?
Com essa última pergunta, meu objetivo é de que eles possam ter acesso aos meus sonhos e desejos relacionados ao ato de voltar a estudar.
Júnior colocou que a ele, Adline e Eric estão na escola para poderem conhecer o português e conseguir um bom trabalho. Impressionante Júnior colocasse como porta voz dos outros alunos haitianos.
João colocou que é importante a gente estar sempre disposto a aprender coisas novas.
Incentivei se eles poderiam perguntar para alguma pessoa da escola ou algum amigo a seguinte frase:

·                              O que mudou na tua vida com o ato de ler e de escrever?

Ficaram inseguros e resolveram que fariam com os colegas da sala. A proposta inicial não seria essa, mas como houve certa vontade de participarem resolvi embarcar nessa nova ideia e emprestando meu celular perguntei quem faria a primeira entrevista, nesse momento coloquei-me a parte do grupo, coloquei que eles poderiam realizar a entrevista entre eles, alunos, e a professora Lucimara que ficou o tempo todo na sala.
João pegou o celular e entrevistou Júnior:
_ O que tu que pra ti quando melhor teu conhecimento? Ficar rico? Acertar na lotérica?
Júnior – É uma maneira de fazer uma atividade melhor.
Júnior entrevistou a professora Lucimara:
_ Como você se sente conosco ai com tanta dificuldade? Por que nos ai haitiano entendemos um pouquinho, mas você como fica?
Lucimara – É um desafio constante Júnior. Na sala de aula cada aluno é um. Nunca vai haver o mesmo aluno por que cada um vai ter uma dificuldade. Mas por mais difícil que pareça a dificuldade do aluno eu sei que ele irá vencer.
Adline e Eric não quiseram fazer entrevistar ninguém.
Para que todos pudessem participar, pedi que cada um escrevesse no seu caderno, a atividade poderia ser realizada em dupla, quatro perguntas que gostariam de fazer para alguém.
Enquanto os alunos elaboravam as perguntas passava nas mesas e ia corrigindo inicio de frase com letra maiúscula e o ponto final e o de interrogação. Nesse momento fiz uma breve explicação sobre o ponto de interrogação qual a sua finalidade na frase.
Depois cada aluno respondeu a uma pergunta individual que escrevi em cada caderno.
Após o intervalo de 20 minutos, troquei a matéria passei de português para matemática. Passei algumas contas no quadro.
Observação:

Observei que em quanto não ocorre registro no caderno, os alunos parecem prontos para partir. Quando a proposta muda e eles passam a registrar no caderno as perguntas que fizeram oralmente e, quando passei a corrigir individual explicando repetidamente as mesmas normas gramaticais, pude observar que o aluno Júnior, que parece o “chefe” da turma, relaxou e tornou-se  mais receptivo as propostas.  E quando passei no quadro contas de matemáticas, envolvendo adição, subtração, multiplicação, o envolvimento maior por parte dos alunos. A matemática é uma linguagem universal.

“Quando apresentamos a expressão 2 + 3 para uma pessoa com um pouco de conhecimento matemático, qualquer que seja a sua nacionalidade, esta imediatamente percebe que estamos operando aritmeticamente, pela adição, duas quantidades e que o seu resultado é 5.” (ª  Helena Sousa Melo,Correio dos Açores/9 de Junho de 2016, p.18)


A Prof.ª  Helena Sousa Melo[1]  explana claramente o quanto que a barreira da comunicação (idioma)  apresenta dificuldade de compreensão e escrita, alunos haitianos, desmorona quando nas atividades de matemática não aparecem essa dificuldades de compreensão, mas a dificuldade de aprendizagem.

Reflexão:

A prática deve ser mostrada posteriormente ao estudo da teoria, pois através das aplicações matemáticas o jovem conseguirá observar a importância dos fundamentos matemáticos no cotidiano das pessoas e no desenvolvimento da sociedade. Temos sempre que frisar que a Matemática é uma disciplina universal. Ela está presente em diversas situações envolvendo cálculos numéricos, formas geométricas entre outras.” (Estudo Teórico e Prático na Matemática)

          A matemática é uma linguagem universal. Independente de onde nascemos e para fomos, as regras da matemática serão as mesmas. Os haitianos demonstram ter facilidade para a matemática. Penso que a atividade que envolva calculo matemático com ações do dia a dia, poderá ser mais significativa do que somente colocar contas no quadro. 
                

Referência:
           


[1] Helena Sousa Melo - Professora do Departamento de Matemática da Universidade dos Açores, Portugual.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018


10/10/2018 – Quarta-feira


       Hoje conheci três alunos do segmento I da EJA. Os alunos eram Júnior, Eric e Adline. Todos haitianos. Como a aula foi até o intervalo, 20h30min, optei em conversar com os alunos temas referente a seus desejos, o que esperam da escola e do seu futuro no Brasil.
        Os alunos foram chegando a partir das 18h40min sendo que o aluno Júnior chegou às 19h30min em função de sua atividade profissional, que descobri durante a conversa, que trabalha no Mercado Público como auxiliar de limpeza.
      Esse aluno demonstrou uma preocupação quando a professora Lucimara apresentou-me como uma professora/estagiária que ficará acompanhando-os por um período de tempo. Imediatamente após a fala da professora, Júnior questionou onde a professora ficaria. A professora tranquilizou o aluno que ela ficaria na sala de aula, que ela não os abandonaria.
       Freire (1995, p.59) explana que o aluno da classe popular tem o direito de saber que tem o direito de não somente saber, mas de conhecer o que lhe compete e como preservar o que já se apropriou


Meu ponto de partida é que a classe trabalhadora tem dois direitos, entre muitos outros, fundamentais. Primeiro, conhecer melhor o que ela já conhece a partir da sua prática. Ninguém pode negar que a classe trabalhadora tem um saber. Pois bem, é para conhecer melhor este seu saber que o intelectual revolucionário pode colaborar. Uma das tarefas do intelectual revolucionário é exatamente esta: a de possibilitar, através do desafio, da colaboração, da não-possessão do método, mas da comunhão do método com a classe trabalhadora, possibilitar que ela reveja ou reconheça o que já conhece.


Com essa fala, o aluno demonstrou o seu receio em relação ao desconhecido e a sua insegurança de “perder” a professora que, usando as próprias palavras do aluno “Nós tratou com muito carinho e respeito”.  Reconheci na fala do aluno, medo de não saber como eu lidaria com suas dificuldades de aprendizagem e emocionais.

Referência:
Gadotti, Moacir, Freire, Paulo e Guimarães, Sergio. Pedagogia: diálogo e conflito/ 4ªed.SãoPaulo: Cortez, 1995.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018



Visitando as postagens antigas do meu blog escolhi a postagem do dia 26/09/2015, https://mariangelamastalir.blogspot.com/2015/09/ .
Esta semana ao ler o texto  do livro A Psicologia e as Psicologias de ANA MARIA BOCK, capítulo 5 relembrei o professor Clezio José dos Santos Gonçalves e suas atividades que me fizeram pensar o quanto muitas vezes desconsideramos as potencialidades de armazenarmos informações e as ligações que fazemos frente às situações diárias.  Quando coloquei que sempre consideramos o quanto o nosso cérebro pode ou consegue armazenar, mas se avaliarmos que desde o nosso nascimento até o momento de nossa morte, em nosso dia a dia, vivenciamos ações mecânicas que muitas vezes nem nos damos conta que as fazemos, porém elas estão interiorizadas e o nosso corpo já as realiza naturalmente.
A primeira observação que faço é que cito um texto lido, mas não faço referência para qual interdisciplina teria realizada a leitura.  Porém ao fazer referência a um professor considero que  o texto deveria estar ligado aos movimentos do corpo.
Além desses tópicos levantados, não coloquei referências sobre o texto e muito menos um link ligado ao texto.
    

segunda-feira, 1 de outubro de 2018





ESTÁGIO

            Hoje recebi a ligação da SMED referente ao estágio na minha turma. Fiquei sabendo que o processo de liberação estaria trancado na SMA, mas assim como eu estariam mais sete ou oito colegas na mesma situação. Recebi a ligação às 11h 45min e foi sugerido de que se eu realmente desejava realizar o estágio na minha turma, poderia reduzir 20horas da minha carga horária e depois solicitar novamente.
Considerando esse conselho, conversei com a direção da escola e perguntei se poderia realizar o estágio na EJA assim estaria fora do meu horário de trabalho. A diretora prontamente respondeu que sim e na mesma hora retornei a ligação para a SMED e coloquei que realizaria o estágio na EJA nas T iniciais.
Fiquei um pouco desanimada, pois estava me preparando para estagiar na minha turma em função de poder realizar um estudo de caso com a minha aluna SD[1], mas o que estava me deixando mais inquieta era trabalhar com alunos da EJA onde o nível da minha experiência é zero, muito medo de não saber dosar o nível das atividades.
“Só na medida em que o exilado aprende a viver no novo contexto e a dele "sair", mas nele continuando na tensão da contradição dos dois contextos, o que o marcou e que ele trouxe no seu corpo consciente, dele molhado, é que lhe é possível ter, no contexto de origem, uma permanente pré-ocupação, jamais uma sombra inibidora do seu presente”. (Freire, 1995. P.9)


Referência:
Freire, Paulo,Por uma Pedagogia da Pergunta / Paulo Freire, Antonio Faundez. – Rio e Janeiro: Paz e Terra, 1985.




[1] SD – Síndrome de Down