segunda-feira, 15 de julho de 2019


Hoje retomo a escrita no blog com a alegria de ter vencido a última etapa que me levará a formatura.
Fiz a apresentação do TCC no dia 08/7/2019.
Na banca estava presente o meu orientador Profo. Dr. Jaime José  Zitkpski, a tutora Profa. Ms. Luciane Oliveira Machado, o coordenador do curso Profo. Crediné Menezes e cinco alunas, além de mim, para apresentar o seu trabalho.
Fui a segunda a presentar e considerei o receio de não conseguir falar tudo o que me levou a escrever no TCC.
É muito bom ouvir dos professores presentes que o teu trabalho estava muito bom. Fica um sentimento de compromisso cumprido   e de um sonho cada vez mais concreto.
Falar de que esses quatro anos e meio foram tranquilos estarei sendo relapsa. Mas o que posso colocar é que nesses anos de estudo na UFRGS, tive contato com professores maravilhosos que fizeram analisar muito as minhas ações pedagógicas  que já praticava em sala de aula.
Alguns professores passaram como furacões, mas deixaram uma grande marca em minha essência de professora. Quando fala de professores também estou me referindo as grandes tutoras que acompanharam essa trajetória e que em alguns momentos deram puxões de orelha por estar saindo dos trilhos.
Tentei levar o que aprendi para a escola e incentivar algumas colegas, mas descobri que nem todos estão dispostos a aprenderem.
            Freire comentava que não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferente.
             Despeço-me desse blog como aluno, mas pretendo continuar a usá-lo como espaço de aprendizagem e de dividir minhas ações com outras professoras.



domingo, 30 de junho de 2019


Hoje estou sentada e relembrando todos esses anos de estudos e muitas, muitas, muitas atividades sendo que, algumas foram prazerosas e outras nem tanto.
Quando terminei o estágio considerei uma nova etapa vencida.
Mas agora na etapa TCC, as angústias e dúvidas novamente voltaram.
Etapa da pesquisa como me lembrei dos encontros da interdisciplina de Seminário com todas as tarefas que sempre nos remeteram a pesquisa.
Simone, Betinha, Del Carmem muito obrigada pela infinita paciência e dedicação de vocês nesse grande período de trabalhos e muitos estudos.
Reclamei e muito, muito do blog, mas esse espaço foi meu confidente e o local do nosso ponto de encontro.
Não pretendo encerrar o blog sem deixar o relato da apresentação do TCC e da formatura.
Segue a escrita....



sexta-feira, 21 de junho de 2019


Revisitando o blog em 18 de junho de 2018


TRABALHANDO COM A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

            O interesse em compreender a complexidade do processo de aprendizagem da leitura e da escrita, bem como a partir de observações que tenho feito durante a minha trajetória como professora alfabetizadora, impulsionou-me a buscar aprimorar meu entendimento sobre o assunto, visto que temas como consciência fonológica e concepções de língua e de linguagem são premissas fundamentais para um trabalho aprimorado com as competências linguísticas na alfabetização. Trabalhar com a consciência fonológica com uma aluna com SD[1] foi muito importante, pois pude avaliar os passos usados e verificar os pontos positivos e negativos desse trabalho.
            Quando trazemos à criança novas possibilidades de como apoderar-se do mundo letrado, estamos possibilitando que ela crie uma simbiose com o processo. Essa aluna fez no decorrer do ano letivo de 2018 um grande desenvolvimento.
            Desde deste ano, tenho um estagiário de inclusão na sala que acompanhou, e acompanha todo esse trabalho desde 2018. Durante uma conversa ele colocou o quanto seria importante que a faculdade de letras juntasse a teoria com a prática de sala de aula. Ele está conseguindo visualizar como se dá o processo da aquisição da escrita e da leitura por meio desse método por estar trabalhando em uma turma de primeiro ano.
            Trago novamente a mesma ideia do texto: CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA: RELAÇÕES E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA
 “A outra perspectiva são as situações lúdicas e jogos com palavras que permitem a exploração da dimensão sonora e gráfica. As crianças brincam com as palavras sem que para isso tenham que treinar consciência fonêmica ou famílias silábicas. Os jogos com palavras fazem parte das práticas de leitura e de escrita do dia a dia escolar.
           
            O lúdico está e sempre deverá estar inserido no trabalho de alfabetização, pois é por meio dele que os alunos vão desenvolvendo suas potencialidades.
            Portanto, a importância da consciência fonológica se insere no fato de preparar a criança para o processo de decodificação da língua por meio do estudo de grafemas, sons, sílabas e palavras, a partir de uma concepção mais dialógica e aberta sempre a novas descobertas e reflexões. Neste sentido, o sucesso dos primeiros passos da leitura e da escrita, depende inclusive, de um determinado nível de consciência fonológica adquirido anteriormente pela criança, seja de maneira formal ou informal e que inicia com a oralidade.




[1] SD – Síndrome de Down.

sexta-feira, 14 de junho de 2019


Revisitando o blog de sexta-feira, 27 de abril de 2018.

             Nessa postagem pude rever o planejamento que estava estruturando em relação a aluna com SD que estava inserida na turma.
            Hoje faça uma reflexão sobre essa postagem e percebo que muito que havia planejado consegui colocar na prática. Inclusive de integrá-la a rotina e as atividades que a turma realizava. Claro que essas atividades eram exploradas de outra maneira conforme a compreensão que a aluna tinha referente ao tema.
Durante o ano de 2018, houve um avanço significativo da aluna em relação a sua aprendizagem.
Na linguagem oral houve um avanço articulação das palavras ficou mais clara. Quando a aluna recebeu o telefone fônico, observou-se que havia uma preocupação em repetir corretamente a articulação da palavra. Observou-se que a relação letra (vogais e algumas consoantes significativas), figura e palavra ampliaram-se. Com isso percebe-se que houve um avanço em seu vocabulário. Está mais falante e já manifesta seus desejos e ansiedades.
Na área logico-matemática que não ocorreu um avanço significativo. A aluna conta e quantifica até o número três embora em alguns momentos ela alterna a sequencia a partir do número dois. Ela sabe diferenciar as palavras no seu significado: em cima /embaixo, perto / longe, aqui / ali, mais / menos, grande / pequeno, demostrando um bom domínio de noção espacial.
A aluna fez uso do caderno com linha e todos os dias a partir de outubro ela passou a registrar a data do dia no caderno. Não é uma simples copia do que tem no quadro, mas é o registro por meio de palitos, bolinhas e outro símbolo que caracterize esse registro. Foi conversado com a professora da SIR, Paloma, o quanto esse registro diário estava sendo significativo para a aluna que inclusive passou a copiar o quadro do registro diário da quantidade de alunos presentes. Além desse registro realizava o traçado das palavras Porto Alegre e já identificava as palavras pela letra inicial.
As atividades desenvolvidas para a aluna sempre foram adaptadas ou preparadas especificamente conforme o objetivo pedagógico do momento da sua aplicação. As tarefas iguais aos colegas sempre tiveram adaptações que respeitassem o seu desenvolvimento cognitivo. Nos momentos em que termina suas atividades tem preferência por manusear livros, jogos envolvendo letras ( principalmente as vogais) e massinha de areia.

sexta-feira, 7 de junho de 2019






Revisitando o blog em  01 de junho de 2018, sexta-feira.


LER É COISA DE CRIANÇA.

Ler é coisa de criança, jovem e adulto. Iniciamos o processo de alfabetização quando pequenos, mas quando Freire (1988) “a leitura de mundo precede a leitura da palavra”, ele está apresentando que a primeira leitura que o individuo faz é a leitura do mundo. Essa leitura vem da experiência que realizamos quando interagimos com o meio e nos transformamos.
Esse movimento é fundamental para podermos compreender o ato de ler, de escrever, transformando-o em prática consciente das possibilidades.
O adulto que não frequentou escola pode não estar alfabetizado na escrita e leitura das palavras, mas ele fez a leitura de mundo e traz em sua bagagem de cognitiva e emocional que, na escola irão gerar novos conhecimentos.






           
             
          Esse vídeo apresenta  que  o ato de não ler acaba se tornando um estigma que marca e delibera situações de baixa estima e de desvalorização do individuo.
          Como o vídeo retrata a situação de crianças e jovens que se encontram em uma situação de refugiado, seus pais pagam do próprio bolso para haja uma escola onde eles aprendam e como uma das mães coloca: “ Estou lutando pelo futuros deles agora.  Eu pago pela escola da minha filha e de seus irmãos mais novos”.











Referência:

FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam,  22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. P. 80.

Vídeo.  Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2id7yNV0VY0 



sexta-feira, 24 de maio de 2019


Revisitando o blog em sexta-feira, 27 de outubro de 2017, com o título:

 “A identidade étnica, assim como a língua materna é elemento de constituição da criança.” (Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil – MEC, Brasil)

            Retomo ao trabalho do TCC pois o que alavancou a pesquisa foi o fato de ter, durante o estágio na EJA em 2018, alunos haitianos que durante as aulas costumavam falar na sua língua materna.
                Considerando o sentimento dos alunos de não perderem sua cultura e identidade, fiz a  solicitação aos alunos que evitassem em falar na sua língua materna em sala já que o objetivo deles terem procurado e de estarem na escola é o de aprenderem o português tanto na oralidade como na escrita. Embora pondere que mesmo reconhecendo a importância da conservação da sua cultura por estar distante do seu país natal, compreendo que se houve a necessidade de estarem em uma escola para poderem aprender a língua nativa tornasse imprescindível que durante as aulas eles usem pouco o crioulo[1].
            Quando um dos alunos haitianos colocou o seu medo, ou receio, de esquecer a sua própria língua: "Vez ou outra esqueço uma palavra, mas esquecer do crioulo não vou nunca. Esqueço palavras que talvez não lembrasse mesmo se estivesse no Haiti”.
 Pondero quem nunca esquece ou já tenha esquecido uma palavra? Muitas vezes eu preciso fazer associações para lembrar alguma palavra e sua aplicação e, embora eu leia e dê aulas. Considero que esse sentimento de perda da sua língua materna seja na realidade o seu receio, Junior, de ser esquecido pela sua filha que ficou no Haiti.
Nessa situação avalio que identidade cultural é uma ligação entre as relações sociais e de patrimônios simbólicos historicamente compartilhados que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma sociedade. Sendo este um conceito intenso e de tamanha complexidade, é compreensivo que estes alunos não desejam desconsiderar sua identidade manifestando-se no que lhe é mais fácil de revelar: sua fala. Contudo é importante que, morando em outro país, eles possam apropriar-se da nova cultura que possui muitos pontos em comuns com a sua. Inclusive o que observei no decorrer do estágio que algumas histórias haitianas possuem uma similaridade com a cultura Africana que influenciou a cultura brasileira e podemos ver nas histórias, na culinária e na música. Aqui, lembro-me de Stuart Hall (2006, p.9) que comenta sobre as mudanças que estão ocorrendo e a fragmentação dos panoramas culturais, sociais, gênero, etnia, raça e nacionalidade que, no passado, embasavam e sustentavam a nossa identidade como indivíduos integrados em um ambiente social.






[1] Crioulo - Apresenta dois dialetos distintos: o fablas e o plateau. Muitos haitianos falam quatro línguas: crioulo, francês, espanhol e inglês. A outra língua oficial do Haiti é o francês, idioma no qual o crioulo do Haiti se baseia, sendo que 90% do seu vocabulário vêm dessa língua.

sexta-feira, 17 de maio de 2019


Revisitando o blog em sexta-feira, 8 de dezembro de 2017.


Adeus, Carolina Maria de Jesus.

            Revendo essa postagem no blog  pude ler o pensamento que fechei a postagem
A importância da memória cultural do povo faz com que ocorra uma identidade. Quando há um esquecimento ou uma não valorização de algum tópico dessa cultura, ocorre uma consequência na identidade do grupo.  No decorrer desse projeto pude analisar que essa mulher e escritora não foi valorizada no seu tempo e lugar, país, mas que teve o seu valor como escritora, que retratava a realidade difícil da comunidade, fora do seu país”.(Mariângela Mastalir, 2017)


            Trago esse pensamento por estar inserido no tema do meu TCC que é sobre a cultura e a identidade. Durante o processo de pesquisa, li e reli muito Peter McLaren e Stuart Hall que colocam muito pertinentemente como eles visualizam a cultura que o imigrante leva para onde ele se transfere e o quanto há uma necessidade de preservá-la para manter a sua identidade.
            Nos textos escritos por McLaren ele faz uma relação com o imigrante brasileiro com os imigrantes oriundos de outros países. Ele coloca muito claramente que o imigrante nessa sua situação, tem que adaptar-se a esse novo mundo e em alguns casos a fim de poder sobreviver e ainda auxiliar seus familiares aceita trabalhos muito simples com uma baixa remuneração e em alguns casos por estarem na clandestinidade, buscam assumir uma humildade beirando quase uma situação de uma servidão. 
.           Stuart Hall aborda muito presentemente que esses imigrantes também precisam adotar os hábitos e costumes da nova cultura encontrada no lugar em que passam a habitar, mas ao mesmo tempo buscam não perder o contato das suas histórias, tradições e, principalmente, sua língua. Para Stuart, não ocorrerá uma assimilação desse sujeito nessa nova cultura, porém se cria uma nova identidade que ele chama de “identidade hibridas”.
            Freire (2004) traz uma expressão de que a desenvoltura sociocultural, que o indivíduo usa para dar o sentimento de pertencimento em um grupo, cria a sua identidade, sendo assim, o indivíduo vai construindo a sua identidade por meio de várias ações como: afetivas, por gostos similares; por afinidades e particularidades entre os pares e por experiências de vida similares que caracterizam o indivíduo como pertencente ao um grupo social.
            Ser imigrante, independente da época, embora acredite que talvez atualmente seja mais perverso ser imigrante, faz com que esse sujeito busque além da fronteira um lugar para poder iniciar nova vida.