terça-feira, 11 de dezembro de 2018


REVISITANDO O BLOG Nº 10

                Olhando o blog no dia 25 de dezembro de 2016 na postagem, https://mariangelamastalir.blogspot.com/2016/12/pertencimento-ao-espaco-escolar.html,  vi e li  que na época escrevia sobre o pertencimento ao espaço escolar.

Pertencer, no sentido de identificar-se com um lugar ou um espaço, conhecer suas raízes, pode conduzir em direção à liberdade, autonomia, emancipação, a um sentido ontológico frente à vida, ao entorno, às pessoas. Nesta perspectiva, a construção do sentimento de pertencimento baseia-se no princípio da responsabilidade (COUSIN, 2010).

             Esse pensamento sobre pertencimento expõe o quanto uma pessoa, que  se sente pertencente a um local ou comunidade, sente que faz parte daquele espaço e consequentemente se identifica com ele, assim vai querer o bem, vai cuidar, pois aquele ambiente faz parte da vida dela, é como se fosse uma continuação dela própria.
            No blog coloquei o quanto a escola deve ser pensada e planejada para os professores, alunos e comunidade tanto no sentido estético como no sentido cognitivo. Uma escola onde as pessoas não se sintam acariciadas e nem a vontade não trabalha o ato de pertencimento. Essa escola deve ser vista como um espaço importante para o crescimento do individuo em toda a sua essência. Talvez nem todos vão perceber o quanto eles marcam ou foram marcados pela escola, mas aqueles que puderem perceber, sempre irão sentir que esse espaço pertence a eles e que faz parte da sua história de vida.
O sentimento de pertencimento nas pessoas é algo que se encontra inerente a elas, mas que, no decorrer do tempo cada vez mais está sendo esquecido. Indaga-se o porquê de, a cada dia que se passa, esses sentimentos estarem sendo deixados de lado, e se tem sido feito algo para resgatá-los, já que eles são importantes, pois envolvem valores e atitudes das pessoas.
Na prática, quando o individuo se apropria do espaço e sente que a ele pertence observasse que há um cuidado com o patrimônio  e com a integridade física das pessoas que ocupam esse espaço.
Na minha escola com a mudança do espaço da biblioteca e com abertura do uso por parte do aluno viu-se que tudo que é exposto referente a biblioteca tornou-se respeitado pela comunidade. Os alunos agora fazem questão de ir a biblioteca e retirar livros por que eles podem sentar nas poltronas e ler o livro antes de escolher leva-lo para casa. O numero de livros retirados e doados para a biblioteca aumentou em torno de 50%.
Isso é ter o sentimento de pertencer a um lugar.


Referência:

COUSIN, Cláudia da Silva. Pertencimento Ambiental. In: Pertencer ao navegar, agir e narrar: a formação de educadores ambientais. Rio Grande: Universidade Federal do Rio Grande, FURG, 2010. Tese de doutorado. Disponível em: http://repositorio.furg.br/handle/1/2842  


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018


REVISITANDO O BLOG Nº 09

  Olhando o blog encontrei no dia 28 de dezembro de 2016, https://mariangelamastalir.blogspot.com/2016/12/adote-um-escritor-este-ano-emef-joao.html , uma postagem referente ao Projeto Adote um Escritor.
            Esse projeto foi criado com o objetivo de levar o escritor às escolas promovendo um encontro com os alunos considerando que muitos não têm acesso a esse mundo. Esse projeto oportunizou um aumento de qualidade no acervo das bibliotecas das escolas municipais, pois além da presença do escritor a escola recebe uma verba para aquisição de livros do autor e outros que a escola necessita.
            No site da Prefeitura Municipal De Porto Alegre podemos ver que no dia 03/11/2016, ocorreu uma cerimônia de celebração dos 15 anos do Programa de Leitura Adote um Escritor, no Auditório Romildo Bolzan, no Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. Fruto de parceria entre a Secretaria Municipal de Educação (SMED) e a Câmara Rio-Grandense do Livro, programa integra as políticas públicas de incentivo à leitura, desenvolvidas pela Prefeitura de Porto Alegre, colaborando, ainda, para a qualificação do acervo das bibliotecas escolares. 
            Mas desde o ano de 2017, as escolas e os alunos passam por um sentimento de opressão quando aproximasse do período reservado ao projeto.  No ano de 2017 ocorreu uma fala por parte da PMPA que nesse ano não haveria verba para o desenvolver do projeto, justamente um após ser comemorado seus 15 anos de efetivo sucesso entre as comunidades.
            Como Paulo Freire (1989) coloca “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, que leitura de mundo os alunos da rede municipal de Porto Alegre estão fazendo desde 2017 a respeito do ato de ler e o ato de adquirir livros?
Se um dos objetivos do projeto era a formação de leitores, atualmente o sinal que enviamos, não por nossa vontade, é que ler um livro físico e conhecer o seu autor não é mais essencial.
         Este ano conseguimos levar à escola a escritora Wanda Queiroz, mas por iniciativa da biblioteca e o apoio da direção. Essa maravilhosa escritora veio até a escola passou o dia todo atendeu oito turmas desde A10[1] até B30[2], no turno da manhã, inclusive conversando com os adolescentes sobre como se desenvolveu o ato de ser escritora na sua vida e o quanto ela teve que trabalhar para produzir e fazer ser conhecido o seu livro “O menino Dinossauro”. Nunca havia visto adolescentes ficarem sentados por uma hora todos inebriados com a fala da Wanda Queiroz.
        Mas, voltado ao Adote, este ano o escritor virá à escola no dia 17/12 no turno da tarde. Em relação à verba, a PMPA ainda colocou a disposição das escolas uma quantia para aquisição dos livros do escritor e de outros conforme a demanda for sendo necessária.
          A biblioteca consultou e muito os alunos para que eles pudessem verbalizar que estilo de livros eles gostariam que fossem adquiridos. Durante quinze dias os alunos iam a biblioteca retirar livros e ao mesmo tempo sugerir livros para a compra.
      O que coloco é que ainda podemos disser que o Projeto Adote um Escritor ainda está acontecendo em Porto Alegre, mas cada vez mais com algumas alterações, porém se o aluno ainda for contemplado par conhecer um escritor e puder ter em suas mãos um livro para cheirar e poder disser: “Fui o primeiro a retirar o livro” ou então “Legal compraram o livro que sugeri”. Isso não tem preço!

Referência:
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados, 1989.




[1] A10 – Primeiro ano do Ensino Fundamental.
[2] B30 – Sexto ano do ensino Fundamental.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018


REVISITANDO O BLOG Nº 08

            Olhando o blog cheguei na postagem do dia, 23 de outubro, https://mariangelamastalir.blogspot.com/2015/10/na-disciplina-de-alfabetizacao-tarefa.html , pude rever algumas ideias que escrevi sobre o método Consciência Fonológica.
            Esse ano,  estou realizando um curso on line das Boquinhas e pesquisei algumas ações que pudesse contribuir para aprendizagem dos alunos do primeiro ano com o qual trabalho. Mas o mais importante é o de qualificar meu trabalho, pois há na turma uma aluna com SD[1] que está repetindo o primeiro ano pela segunda vez. 
            Quando reli o que havia escrito sobre consciência fonológica, fiquei impressionada o quanto retrato vagamente sobre o assunto. Deixei de colocar que a fala diária do aluno, com muitos vícios de linguagem ou a pobreza do seu vocabulário podem influenciar o seu envolvimento nas atividades de ouvir o som e o repetir. O som da letra não é garantia de aprendizado. As crianças podem apresentar dificuldades. Elas tendem a mostrar problemas na hora de juntar as letras. A letra é somente um dos aspectos que a criança aprende.
            Lidamos com o vicio de linguagem que os alunos trazem  e tentamos mudá-lo e ao mesmo tempo praticamos a alfabetização trazendo que a maneira de falar deles está errada. É complicado quando o aluno traz jargões usados em casa par descrever situações corriqueiras da sua vida como o pai que está preso, o irmão que foi preso e a ausência da mãe. Na realidade eu não estou só alfabetizando o meu aluno, mas também estou sendo alfabetizada por ele e nesse caminho que nos encontramos que uso a consciência fonológica.
            A partir de uma perspectiva mais ampla, o desenvolvimento da linguagem depende da interação entre os sujeitos. O conhecimento linguístico vai se construindo desde o nascimento, nos diálogos e partilhas da criança com o adulto. Deste modo, é importante que no cotidiano escolar, haja estimulação e interação, no intuito de dar oportunidade aos alunos para ampliar a capacidade de comunicação oral por meio de conversas, discussões, comentários, relatos, músicas, escuta e reconto de histórias, como também jogos e brincadeiras.
Soares (2001, p.53) salienta que,
A criança aprende a escrever agindo e interagindo com a língua, experimentando escrever, ousando escrever, fazendo uso de seus conhecimentos prévios sobre a escrita, levantando e testando hipóteses sobre as correspondências entre o oral e os escritos, independentemente de uma sequência e progressão dessas correspondências que até então eram impostas a ela, como controle do que ela podia escrever, porque só podia escrever depois de já ter "aprendido".




Referência:
SOARES, Magda Becker. Alfabetização e letramento. 2. ed.São Paulo: Contexto, 2001.



[1] Sd – Síndrome de Down.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018


REVISITANDO O BLOG Nº 07



            Voltando ao ano de 2015, visitei a postagem do dia 17 de setembro, quinta-feira,  com o título: Crescer e Perder. O teor dessa postagem era sobre o ser ou o estar triste e mostrar ou não para as outras pessoas.




“Não é a felicidade que me interessa. O que me interessa é a vida, é a intensidade das experiências, boas e ruins. Se tiver que curtir uma dor porque morreu meu pai, ou meu cachorro, ou me separei de alguém que amava, é para chorar mesmo, e chorar é legal, faz parte de sentir a experiência.” -Contardo Calligaris


Por que as pessoas não entendem que não há problema em se sentir triste?
Vejo um movimento em favor da felicidade, do bem estar, de estar sorrindo o tempo todo. Se entrarmos no face ou em outras redes sociais as pessoas postam fotos onde elas demonstram estar muito felizes. É uma motivação nossa querer animar quem a gente gosta quando a pessoa tá pra baixo, como se a gente achasse que estar triste fosse algo penoso que ninguém precisa passar. Eu entendo o lado bom e agradeço, mas me sentir triste faz parte de um processo de renovação que as pessoas não parecem entender. A tristeza faz parte da vida como a felicidade.
Quando a gente se sente triste, a gente mergulha mais um pouco na gente. É como se nós tivéssemos tirado o dia pra ficar em silêncio, observar com olhos pesados às coisas, manter o mínimo de contato possível com os universos paralelos dos outros. É um modo de coexistir no mundo – a gente tá ali, mas não tá, tá afundado na gente, repensando e sentindo tudo com mais intensidade. É um processo necessário esse da tristeza: pra se livrar desse sentimento de pesar, nós precisamos senti-lo até que ele se esgote. Sintam, chorem, botem pra fora tudo. Já disse isso antes e repito: a gente não apaga a tristeza, não extingue a angústia, não exila o peso pra fora da gente porque eles são sentimentos cíclicos. Nós os drenamos, e pra isso a gente precisa sentir tudo, como se fosse uma catarse necessária pra botar pra fora.
Toda, ou pelo menos quase toda a gente deseja a felicidade. Para si e para os outros. Só nos ficam bem esses sentimentos. No entanto, não podemos cair no erro de confundir felicidade com alegria. Pode ser-se extremamente feliz estando triste. Mais há muitas ocasiões em que nos sentimos bastante melhor conosco e com os outros estando tristes. Por vezes muito tristes. E uma coisa é a tristeza e outra a infelicidade ou a depressão, essas sim, a evitar a todo o custo.


Referência:
Pelo direito de ficar triste. Disponível em: http://www.sobreavida.com.br/2012/09/22/pelo-direito-de-ficar-triste/





           







quarta-feira, 28 de novembro de 2018


REVISITANDO O BLOG Nº 06

Revisando o blog em 2015, encontrei a postagem do dia 04 de abril, sábado, https://mariangelamastalir.blogspot.com/2015/04/nao-e-no-silencio-que-os-homens-se.html  encontrei a postagem onde coloquei o seguinte  pensamento de Freire:


“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação reflexão.”
”O educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educado”.
                                                                                                     
            Considero que sendo no inicio do curso colocar um pensamento de Paulo Freire sem colocar a sua referência foi uma escrita muito pobre e provavelmente foi somente para estar com o blog em dia. Voltando fui pesquisar a referencia de cada pensamento de Paulo Freire.

“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação reflexão.”


”O educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educado”.


Relendo essas frases, considero que como Freire estabeleceu alfabetização como uma ação de vida, porém dentro de uma visão com simplicidade e transparência, acessível ao olhar do trabalhador, condizente com sua realidade e dentro do contexto conhecido desse aprendiz. Seu método mostra que ensinar e aprender são lados de uma mesma moeda e que, portanto não há que se terem hierarquias no aprendizado, mas companheiros.

Freire coloca que ensinar exige ética e estética, segurança na argumentação e competência para que o resultado efetivo desse processo de ensinar e aprender tenha como resultado a intervenção no mundo. Para Freire não basta que se saiba ler e escrever é preciso que se entenda o que se aprende e que a educação seja de real sentido, pois assim haverá alfabetização e letramento.


Referência:

Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p.78 e p. 96.





segunda-feira, 26 de novembro de 2018

REVISITANDO O BLOG Nº 04 - https://mariangelamastalir.blogspot.com/2017/11/


 “Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa.” (Paulo Freire – Pedagogia do Oprimido).


            Quando planejei essa aula onde os alunos se tornariam educadores e seus pais educandos, não visualizei a dimensão que essa simples proposta teria em relação aos alunos e seus pais. Mas o maior impacto deu-se na escola onde várias colegas, inclusive a supervisão, gostaram tanto que sugeriram de realizar no ano de 2018 com as turmas de A10 [1].
O tempo passou e o ano de 2018 chegou e, surpreendentemente, o que teria surgido como um desejo não posso deixar de citar que a supervisão do 1º ciclo do Ensino Fundamental, não motivou que esse desafio de propor o curso para as turmas de A10.  
Esse trabalho foi motivado no ano anterior em função de uma aluna que entrou na turma no inicio de outubro e para que essa pudesse compreender como usar o quadro posicional com sua nomenclatura. Voltando ao ano de 2018, como na turma há uma aluna SD, considero que esse processo será muito significativo para os alunos e seus pais.
O que talvez mudasse na dinâmica dessa atividade seria trabalhar mais o processo da passagem posicional do número. Os alunos diariamente já trabalham com o quadro posicional, a frase matemática e a representação por meio do material dourado com a quantidade de alunos (meninos/meninas) que estão presentes à aula.



[1] A10 – Nomenclatura usada para definir o primeiro ano do Ensino Fundamental.




terça-feira, 20 de novembro de 2018



                  REVISANDO O BLOG Nº 03

                Visitando meu blog no dia 30 de dezembro de 2016, vi que a minha escrita referente ao Dia da Consciência Negra.


            Este ano por estar trabalhando com a EJA, abordei o assunto por meio de um vídeo de um gaúcho: Oliveira Silveira. Trabalhei com a questão de escravo x cativo; a visão de que a Lei Áurea libertou os escravos, mas os deixou preso a um sistema de dependência e de pouca valia que continua até os dias atuais. Trouxe aos alunos a história das bonecas Abayoni realizando oficinas no turno da noite e no turno da tarde.


Analisando o trabalho desenvolvido em 2016 e o trabalho deste ano pondero que do Dia da Consciência Negra, é o momento é de refletir sobre o preconceito e a desigualdade, em um país onde a população negra é maioria. Considero que o trabalho desenvolvido em 2018 trouxe aos alunos outra visão referente ao racismo e ao preconceito existente no Brasil que muitas pessoas consideram que não existe. Durante os debates realizados em aula com os alunos, discutimos o quanto esses dois tópicos são mascarados por subterfúgio que não evidenciam o racismo e o preconceito.


A grande maioria, do povo brasileiro, é racista e preconceituoso sim!


Em 2003, a Lei Federal nº 10.639 incluiu o Dia Nacional da Consciência Negra no calendário escolar, e tornou obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio, públicas e particulares. O  idealizador do Dia Nacional da Consciência Negra foi o poeta, professor e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira (1941 – 2009). Ele era um dos fundadores do Grupo Palmares, que reunia militantes e pesquisadores da cultura negra brasileira, em Porto Alegre.


Mas as pessoas ainda precisam rever seus conceitos e a maneira como trabalham esse assunto com seus alunos.







sexta-feira, 2 de novembro de 2018


REVISITANDO O BLOG Nº 05

    Revisando o blog em 2017, encontrei a postagem do dia 19/08/2017 https://mariangelamastalir.blogspot.com/2017/08/encontro-com-escritora-wanda-queiroz-no.html  ,  onde relatei o encontro que tive com a escritora Wanda Queiroz que escreveu o livro O menino dinossauro.. Fiquei refletindo o quanto tentei promover o encontro da escritora com os alunos da A15 desse ano e a dificuldade que enfrentei com a direção da escola, colegas e principalmente com a agenda da escritora.
            No ano de 2018, quando assumi a biblioteca no turno da manhã em função da aposentadoria de uma colega e a licença prolongada de outra colega. Ao assumir a biblioteca pela manhã e a colega que assumiu a biblioteca pela tarde, conversamos com a direção que gostaríamos de remodelar o espaço, pois consideramos que ele não era  atraente pelo olhar das crianças e dos adolescentes.
            Porém o que mais incentivou a mudança no espaço da biblioteca foi à frase do aluno Luiz da turma A32 falou: “Essa biblioteca é morta! Ela não tem vida.” A frase do aluno descreveu a biblioteca e o quanto ela estava desgastada na sua estrutura antiga.
Assim com esse novo olhar da biblioteca, consegui com incentivo da direção trazer a escritora para passar o dia na escola onde ela interagiu com os alunos de A10 até B30. Sendo que nessa última turma, os alunos tiveram uma conversa sobre o ato de escrever e como a escritora descobriu que gostava de escrever.
Magda Soares (1999, p. 20) coloca,
“(...) Já o estado ou condição de quem sabe ler e escrever, isto é, o estado ou condição de quem responde adequadamente às intensas demandas sociais pelo uso amplo e diferenciado da leitura e da escrita, esse fenômeno só recentemente se configurou como uma realidade em nosso contexto social (...)”.

            Foi prazeroso ver os alunos de B30 (entre 13 e 15 anos) ouvindo com muita atenção a fala da escritora. Durante 1h30min. Os alunos, em torno  de 120 alunos, sentados em colchonetes, em cadeiras e em bancos fizeram um extremo silêncio e quando a escritora contou a história do Menino Dinossauro e no final entregou um dinossauro de EVA para cada um dos presente, foi impressionante a expressão de felicidade no rosto dos alunos. Um menino pediu para tirar uma foto com a escritora e na hora a acionou no seu face.


Referência:
 SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. São Paulo: Autêntica 1999.p. 20.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018




REVISITANDO O BLOG Nº 02

Revendo o blog do dia 25 de dezembro de 2016, domingo, (mariangelamastalir.blogspot.com/2016/12/festadas-bruxas-brasileira.html) tive a oportunidade de rever o quanto a minha visão de um planejamento coletivo mudou.

Estando realizando o estágio no turno da noite na EJA, tive o prazer de em conjunto com os professores planejar a noite de halloween desde o jantar até a apresentação de um vídeo onde foi explanadas a origem da festa e a sua comercialização. Além disso, os alunos puderam ver o por que uma festa infantil invadiu o universo adulto com mais sensualidade.

A língua é viva e está em constante evolução: gírias, dialetos, estrangeirismos, tudo faz parte dela. Sendo assim, o ensino da língua demanda que os professores procurem ou aprimorem suas informações e faça pesquisa sobre as diferentes linguagens para que, junto com o aluno, exercite sendo ela, ou não, a sua linguagem materna. Esta maneira de fazer e  auxilia que o estudante a domine e, a use da melhor maneira possível, tornando as aulas de Português agradáveis e proveitosas.
Ainda Freire fala da leitura relacionada com a leitura de mundo que todos nós devemos ter enquanto seres sociais:

Ler é algo mais criador do que simplesmente ou ingenuamente “passear” sobre as palavras. (...) “Ler e escrever a palavra só nos fazem deixar de ser sombra dos outros quando, em relação dialética com a “leitura do mundo”, tem que ver com o que chamo a “re- escrita” do mundo, quer dizer com sua transformação.

 Sabemos o quanto ato de ler é importante como fator de construção do sujeito na sociedade; a leitura deve ser sentida como necessidade do ser humano e que é uma ação que acontece aos poucos, a qual deve ser exercitada desde cedo. Que dependendo do conhecimento do leitor assim ele construir á seu significado para o que ler. Portanto, a bagagem de conhecimento trazida pelo leitor o auxiliará na compreensão e na relação com a realidade do mesmo. Para Freire a leitura do mundo vem antes da leitura da palavra. 

Referência:

FREIRE, Paulo. A Importância do ato de ler . 4ª ed. São Paulo: Cortez. 2005.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018




REVISITANDO O BLOG Nº 01

            Revisitando o meu blog, escolhi a postagem do dia 18/07/2016 com o título: Etâ aula boa! – 02 https://mariangelamastalir.blogspot.com/2016/07/eta-aula-boa-02-hoje.html  pude relembrar uma das atividades realizadas com duas  turmas de A20[1] integrais nas quais eu era volante no turno da manhã e a tarde tinham outra volante.
Nessas turmas, com aprovação da supervisão e orientadora, eu e a professora Claudia R. iniciamos uma atividade de linhas tracejadas no chão e ao mesmo tempo iniciei a linha cursiva.
           Nas palavras de Bettelheim (1988, p. 105):]
          Através de uma brincadeira de criança, pode-se compreender como ela vê e constrói o mundo – o que ela gostaria que fossem quais as suas preocupações e que problemas a estão assediando. Pela brincadeira a criança expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. 
         A criança vai agir em função da significação que vai dar aos objetos dessa interação, adaptando-se à reação dos outros elementos da interação, para reagir também e produzir assim novas significações que vão ser interpretadas pelos outros, como numa espiral.
Essa brincadeira de criança de andar sobre linhas tracejadas faz com que a criança aprenda com todos seus sentidos como realizar os movimentos que proporcionam a letra cursiva. Kishimoto (1999, p. 110) complementa afirmando que: Nesta linha de pensamento é brincando que a criança aprende a socializar-se com as outras, desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade.



Referência:

BETTELHEIM, B. Uma vida para seu filho. Rio de janeiro, Campus, 1988.

KISHIMOTO, T. (org). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 3º Ed. São Paulo: Cortez, 1999.



[1] A20 – Nomenclatura usada para o 2º ano do Ensino Fundamental.

terça-feira, 16 de outubro de 2018


Hoje convidei os alunos a pensarem sobre a frase:

·                                                      Qual a função da leitura e da escrita na minha vida?

Resolvi explorar essa frase colocando mais questionamento para eles pensarem.
·                            Qual será o seu significado dessa frase para cada um de nós?
·                            Será que todos nos dividimos o mesmo interesse por estarmos novamente na escola?
·                           O que leva uma pessoa a voltar a estudar?
Com essa última pergunta, meu objetivo é de que eles possam ter acesso aos meus sonhos e desejos relacionados ao ato de voltar a estudar.
Júnior colocou que a ele, Adline e Eric estão na escola para poderem conhecer o português e conseguir um bom trabalho. Impressionante Júnior colocasse como porta voz dos outros alunos haitianos.
João colocou que é importante a gente estar sempre disposto a aprender coisas novas.
Incentivei se eles poderiam perguntar para alguma pessoa da escola ou algum amigo a seguinte frase:

·                              O que mudou na tua vida com o ato de ler e de escrever?

Ficaram inseguros e resolveram que fariam com os colegas da sala. A proposta inicial não seria essa, mas como houve certa vontade de participarem resolvi embarcar nessa nova ideia e emprestando meu celular perguntei quem faria a primeira entrevista, nesse momento coloquei-me a parte do grupo, coloquei que eles poderiam realizar a entrevista entre eles, alunos, e a professora Lucimara que ficou o tempo todo na sala.
João pegou o celular e entrevistou Júnior:
_ O que tu que pra ti quando melhor teu conhecimento? Ficar rico? Acertar na lotérica?
Júnior – É uma maneira de fazer uma atividade melhor.
Júnior entrevistou a professora Lucimara:
_ Como você se sente conosco ai com tanta dificuldade? Por que nos ai haitiano entendemos um pouquinho, mas você como fica?
Lucimara – É um desafio constante Júnior. Na sala de aula cada aluno é um. Nunca vai haver o mesmo aluno por que cada um vai ter uma dificuldade. Mas por mais difícil que pareça a dificuldade do aluno eu sei que ele irá vencer.
Adline e Eric não quiseram fazer entrevistar ninguém.
Para que todos pudessem participar, pedi que cada um escrevesse no seu caderno, a atividade poderia ser realizada em dupla, quatro perguntas que gostariam de fazer para alguém.
Enquanto os alunos elaboravam as perguntas passava nas mesas e ia corrigindo inicio de frase com letra maiúscula e o ponto final e o de interrogação. Nesse momento fiz uma breve explicação sobre o ponto de interrogação qual a sua finalidade na frase.
Depois cada aluno respondeu a uma pergunta individual que escrevi em cada caderno.
Após o intervalo de 20 minutos, troquei a matéria passei de português para matemática. Passei algumas contas no quadro.
Observação:

Observei que em quanto não ocorre registro no caderno, os alunos parecem prontos para partir. Quando a proposta muda e eles passam a registrar no caderno as perguntas que fizeram oralmente e, quando passei a corrigir individual explicando repetidamente as mesmas normas gramaticais, pude observar que o aluno Júnior, que parece o “chefe” da turma, relaxou e tornou-se  mais receptivo as propostas.  E quando passei no quadro contas de matemáticas, envolvendo adição, subtração, multiplicação, o envolvimento maior por parte dos alunos. A matemática é uma linguagem universal.

“Quando apresentamos a expressão 2 + 3 para uma pessoa com um pouco de conhecimento matemático, qualquer que seja a sua nacionalidade, esta imediatamente percebe que estamos operando aritmeticamente, pela adição, duas quantidades e que o seu resultado é 5.” (ª  Helena Sousa Melo,Correio dos Açores/9 de Junho de 2016, p.18)


A Prof.ª  Helena Sousa Melo[1]  explana claramente o quanto que a barreira da comunicação (idioma)  apresenta dificuldade de compreensão e escrita, alunos haitianos, desmorona quando nas atividades de matemática não aparecem essa dificuldades de compreensão, mas a dificuldade de aprendizagem.

Reflexão:

A prática deve ser mostrada posteriormente ao estudo da teoria, pois através das aplicações matemáticas o jovem conseguirá observar a importância dos fundamentos matemáticos no cotidiano das pessoas e no desenvolvimento da sociedade. Temos sempre que frisar que a Matemática é uma disciplina universal. Ela está presente em diversas situações envolvendo cálculos numéricos, formas geométricas entre outras.” (Estudo Teórico e Prático na Matemática)

          A matemática é uma linguagem universal. Independente de onde nascemos e para fomos, as regras da matemática serão as mesmas. Os haitianos demonstram ter facilidade para a matemática. Penso que a atividade que envolva calculo matemático com ações do dia a dia, poderá ser mais significativa do que somente colocar contas no quadro. 
                

Referência:
           


[1] Helena Sousa Melo - Professora do Departamento de Matemática da Universidade dos Açores, Portugual.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018


10/10/2018 – Quarta-feira


       Hoje conheci três alunos do segmento I da EJA. Os alunos eram Júnior, Eric e Adline. Todos haitianos. Como a aula foi até o intervalo, 20h30min, optei em conversar com os alunos temas referente a seus desejos, o que esperam da escola e do seu futuro no Brasil.
        Os alunos foram chegando a partir das 18h40min sendo que o aluno Júnior chegou às 19h30min em função de sua atividade profissional, que descobri durante a conversa, que trabalha no Mercado Público como auxiliar de limpeza.
      Esse aluno demonstrou uma preocupação quando a professora Lucimara apresentou-me como uma professora/estagiária que ficará acompanhando-os por um período de tempo. Imediatamente após a fala da professora, Júnior questionou onde a professora ficaria. A professora tranquilizou o aluno que ela ficaria na sala de aula, que ela não os abandonaria.
       Freire (1995, p.59) explana que o aluno da classe popular tem o direito de saber que tem o direito de não somente saber, mas de conhecer o que lhe compete e como preservar o que já se apropriou


Meu ponto de partida é que a classe trabalhadora tem dois direitos, entre muitos outros, fundamentais. Primeiro, conhecer melhor o que ela já conhece a partir da sua prática. Ninguém pode negar que a classe trabalhadora tem um saber. Pois bem, é para conhecer melhor este seu saber que o intelectual revolucionário pode colaborar. Uma das tarefas do intelectual revolucionário é exatamente esta: a de possibilitar, através do desafio, da colaboração, da não-possessão do método, mas da comunhão do método com a classe trabalhadora, possibilitar que ela reveja ou reconheça o que já conhece.


Com essa fala, o aluno demonstrou o seu receio em relação ao desconhecido e a sua insegurança de “perder” a professora que, usando as próprias palavras do aluno “Nós tratou com muito carinho e respeito”.  Reconheci na fala do aluno, medo de não saber como eu lidaria com suas dificuldades de aprendizagem e emocionais.

Referência:
Gadotti, Moacir, Freire, Paulo e Guimarães, Sergio. Pedagogia: diálogo e conflito/ 4ªed.SãoPaulo: Cortez, 1995.