sábado, 16 de julho de 2016


TROCANDO A LETRA





                Nessa semana início o trabalho de troca da letra Bastão pela letra Script.
            Durante o mês de março trabalhei, juntamente com a professora referência, a troca da letra Bastão pela letra Script. Essa troca deu-se de maneira tranquila e natural. Foi apresentada para as crianças a letra minúscula.
            As letras minúsculas foram colocadas no quadro ao lado da letra Bastão (A/a, B/b, etc.) e as crianças puderam visualizar todo o alfabeto com letras maiúsculas e minúsculas. Mas antes de chegar a este estágio, a turma trabalhou o livro o aniversário do senhor alfabeta com a professora referência[1] onde as crianças tiveram o primeiro contato com as letras minúsculas.
A aprendizagem acontece porque o aluno ama o mundo e por ele cede espaço e tempo para o professor ensinar. Com essa postura, o aluno abre mão da sua vontade pela vontade do professor em ensinar. E cabe ao professor orientar o aluno em direção ao seu objeto de prazer, o conhecimento e, esse deve ser guiado de maneira lúdica e interessante para que o aluno não perca o interesse em aprender. E nessa relação, que se caracteriza muito pela afetividade, vão acontecendo muitas possibilidades que envolvem a aprendizagem afetiva e cognitiva. Nesse espaço de aprendizagem dinâmico e prazeroso, o aluno transfere naturalmente ao professor o afeto que ele sente pelos seus pais ou pessoas próximas.
‘ [...] Deveriam vir carregadas da significação de sua experiência existencial e não da experiência do educador.(Freire, p.13).


Se o professor não se apaixonar pelo que está propondo as crianças, como esperar que esta se apaixonasse por uma ação difícil e muitas vezes penosa e aproprie-se desse novo conhecimento, porque todo ser humano é curioso e sendo assim, o aluno com sua curiosidade natural sentes se autorizado a aprender. Logo, Eu, indivíduo, aprendo quando aquilo que me ensinam é significativo para mim.
Trocar o estilo de letra para uma criança em processo de alfabetização é o mesmo que solicitar que um mecânico se aproprie, de um dia para outro, do saber fazer de uma esteticista.  Considero que quanto mais a aprendizagem for tratada como uma relação de parceria entre os envolvidos maiores será a apropriação do aluno.
E baseando-me nesse pensamento o trabalho envolvendo a troca de letra, que para as crianças é difícil, pois saem da sua zona de conforto e avançam em outra desconhecida, deve ser o mais natural e ativo possível a fim de que ela possa sentir-se tranquila nessa nova etapa da sua aprendizagem. Procurando tornar o mais simples essa passagem de uma letra à outra.

                

REFERÊNCIA:
Freire, Paulo, 1921 – A importância do ato de ler: em três artigos que se completam, São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.





[1] Professora referência é como chamamos a professora titular da turma.


Postado pelo dia 08/4/2016.

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